A poluição decorrente das queimadas amazônicas, durante o período de estiagem, traz diversos dados a saúde das pessoas, e um efeito perverso ao meio ambiente, afetando a fauna e a flora de maneira avassaladora. A cultura de atear fogo em quintais, terrenos baldios e em áreas de terra tem saldo negativo todos os anos, de julho até outubro.
Nos meses de agosto e setembro, essa prática criminosa se potencializa. Segundo o professor Foster Brown, pesquisador e doutor em Ciências Ambientais, a concentração de fumaça este ano foi pior do que nos quatro anos anteriores, alertando sobre os danos causados pelos focos de incêndio. Os números das queimadas, mais de 5,9 mil focos apenas em setembro, são o reflexo disso.
“Atualmente, passamos cerca de um mês com valores diários acima do limite máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Sabemos que, além dos efeitos imediatos na população, a fumaça, penetrando nos pulmões das pessoas causa problemas de desenvolvimento fetal e desenvolvimento de crianças, além de aumentar as chances de câncer, problemas cardíacos e aumento de demência em idosos”, enfatizou o cientista.
Focos de queimadas no Estado
Até o dia 25 de setembro, o Acre teve 5.965 focos de queimadas, sendo 612 em Rio Branco, o que corresponde a 10,3% de todo o estado, conforme dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A análise demostra que este já é o segundo pior desempenho do estado, para o mês, desde 1998, ficando atrás apenas do ano de 2008, quando foram registrados 6.092 focos em todo o mês.