A Polícia Civil de Xapuri concluiu o inquérito que investigava o acidente entre uma van e um caminhão, que deixou cinco mortos, na BR-317, em julho deste ano, e indiciou o motorista Jean Lopes de Oliveira Junior por homicídio doloso, quando não há intenção de matar.
Isso porque a perícia, apesar de não apontar a velocidade nem o que ocasionou o acidente, apontou que a van foi quem invadiu a contramão, o que ocasionou a batida com o caminhão.
“Conclui o inquérito, ouvi os motoristas, vários passageiros e a perícia foi concluída. E a conclusão do inquérito foi que a van invadiu a faixa do caminhão e houve a colisão e as mortes”, disse o delegado Gustavo Neves.
O inquérito foi encaminhado para o judiciário na última terça-feira, 13, segundo o delegado. Ele informou ainda que as testemunhas relataram que o motorista não estava em alta velocidade.
“A perícia apontou o local da colisão, já a parte de velocidade, isso não foi informado. As testemunhas disseram que ele vinha em velocidade normal, a viagem transcorria tudo bem e que se assustaram já com a pancada, porque foi muito cedo e muitos passageiros estavam dormindo ainda”, acrescentou.
O acidente aconteceu no dia 27 de julho, quando a van seguia de Xapuri com destino à capital acreana, onde as vítimas fariam tratamento de saúde no Hospital de Amor. Além das cinco mortes, outras 11 pessoas ficaram feridas no acidente.
O que diz a defesa
O advogado Mario Rosas, que representa o motorista Jean Lopes, disse que vai pedir uma perícia particular por concluir que o documento não foi preciso nas informações.
“Nós tivemos acesso hoje [quinta,15] pela manhã, à conclusão do inquérito e verificamos, com bastante surpresa, a conclusão do laudo pericial, que foi uma conclusão muito rápida e subjetiva, na qual, lamentavelmente, o perito não indica nenhum critério técnico que possa levá-lo a esta conclusão de que o Jean estaria invadindo a contramão”, disse.
Além disso, Rosas informou que duas testemunhas indicam que o motorista pode ter invadido a pista contrária, mas que também há testemunha que indica que ele teve o cuidado necessário e que não invadiu em nenhum momento.
“Então, há um conflito de depoimentos e, com relação à perícia, a própria defesa vai buscar uma perícia particular de peritos renomados para que possa também elaborar o seu parecer. E também por causa da conclusão subjetiva da perícia”, acrescentou.
Com a conclusão do inquérito, e envio para o judiciário, o caso deve seguir para o Ministério Público, que deve ou não oferecer denúncia contra o motorista. Só então a defesa será notificada.