Pela terceira vez neste ano, o Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) fiscalizou o hospital João Câncio Fernandes, em Sena Madureira, no interior do Acre. E reiterou o alerta sobre problemas estruturais da unidade de saúde.
A fiscalização ocorreu na última terça-feira, 20. Em fevereiro, já tinha sido contatada uma série de irregularidades, como a falta de medicamentos, péssimas condições de atendimento e problemas graves na infraestrutura. Depois disso, um relatório foi encaminhado à Secretaria Estadual de Saúde e ao Ministério Público, cobrando que medidas fossem tomadas com urgência. Porém, segundo o CRM, não houve uma resposta e, muito menos, resolução dos problemas apontados.
No início de setembro, o forro da enfermaria do hospital caiu e dois dias depois, Izailton Gadelha, 31 anos, que ficou ferido no incidente, morreu.
A GAZETA entrou em contato com a Saúde do estado, tanto sobre a situação estrutural quanto da fiscalização do CRM, mas a direção comentou apenas sobre a situação do funcionamento da unidade. O MP não respondeu que medidas adotou sobre o caso.
“O Hospital de Sena, depois daquele acidente, os pacientes foram transferidos para o outro prédio, onde funciona o Samu e para a biblioteca, onde funcionava o administrativo. E no momento, já transferimos para o novo prédio a ala masculina, feminina e pediatria. O centro cirúrgico está funcionando, farmácia já está lá, serviço social, vigilância epidemiológica também”, disse o diretor do hospital Francisco Tadeu Pena.
O hospital atende aos quase 50 mil habitantes de Sena Madureira e é referência para atendimento de moradores das cidades de Santa Rosa do Purus, Boca do Acre e Manoel Urbano. A reforma no hospital da cidade deveria ter sido entregue no primeiro semestre de 2021. No entanto, os atendimentos seguem sendo feitos de forma adaptada e precária.