Em Rio Branco, alguns candidatos que fazem campanha nas eleições deste ano, estão denunciando a cobrança de pedágio no bairro Cidade do Povo, região do Segundo Distrito. Eles só podem entregar “santinhos”, adesivos, mostrar propostas ou fazer caminhada, após o pagamento de uma taxa de R$ 4 mil.
Em outros locais, segundo denúncias, candidatos estão fechando acordo com lideranças de organizações criminosas para que somente eles possam fazer campanha.
A Justiça Eleitoral recebeu informações sobre a ação de facções em alguns bairros da capital, inclusive com nome de candidatos que montaram esquemas com essas quadrilhas.
O desembargador Luís Camolez, vice-presidente do TRE-AC, e corregedor da Corte Eleitoral Acreana, disse que as denúncias são graves, e que a Justiça já está investigando o fato, ressaltando que, para existir democracia no voto, os candidatos devem ser livres para entrar ou sair de qualquer bairro.
“Não temos que conviver com esse tipo de situação. Temos que apurar as denúncias e aplicar a Legislação. Os candidatos devem ajudar a Justiça Eleitoral informando o que está ocorrendo. Evidentemente, que não iremos expor essas pessoas”, salientou o magistrado.
Quanto aos candidatos que se juntam às facções para impor medo aos concorrentes, Camolez frisou que eles podem perder o registro de candidatura, e, se eleitos, correm o risco de não serem diplomados.
“A população também pode ajudar. Quem souber de ações que tirem a legitimidade do voto livre, pode entrar em contato com o TRE, ou procurar uma delegacia”, concluiu o corregedor.