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Da seringa à sala de aula: professor indígena mantém cultura de seu povo viva por meio do ensino

José Benedito Ferreira, 49 anos, também conhecido como cacique Bené diz que a educação ajuda a manter viva a cultura do seu povo.

Alcinete Gadelha por Alcinete Gadelha
15/10/2022 - 07:00
José Benedito Ferreira, 49 anos, também conhecido como cacique Bené diz que a educação ajuda a manter viva a cultura do seu povo

José Benedito Ferreira, 49 anos, também conhecido como cacique Bené diz que a educação ajuda a manter viva a cultura do seu povo

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Professor, Cacique, assessor pedagógico. Uma liderança ativa no meio do seu povo. A ordem dos substantivos atribuídos a José Benedito Ferreira, 49 anos, também conhecido como cacique Bené, não fazem muita diferença, porque o mais importante é a influência que ele exerce no meio do seu povo, os Huni Kuī, da Aldeia Água Viva, da Terra Indígena Carapanã, na cidade de Tarauacá, interior do Acre, por meio da educação.

Professor desde muito jovem, o cacique Bené relembra, neste 15 de outubro, dia dedicado a homenagear os professores, sua trajetória, e de forma breve, as lutas que enfrentou logo desde cedo, aos 12 anos, quando começou a estudar, quando teve que aprender a falar a língua portuguesa.

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Professor de artes, Bené tem especialização em linguagens, feita na Espanha. Ele conta a A GAZETA que toda sua história se resume em buscar algo melhor para o seu povo, sonho que tem realizado através da educação.

“A minha carreira, antes de tudo, foi como seringueiro. A primeira aula, primeiro estudo meu foi de cortar seringa, com 12 anos. Hoje, tenho 49 anos e sou professor e também sou cacique, presidente da associação e vivemos aqui nesta aldeia. A minha trajetória de conhecer a escrita, foi quando comecei a estudar na escola Nossa Senhora de Fátima”, relembra.

Aos 12 ele começou a estudar dentro da própria comunidade, que à época ainda não era aldeia. Nesse tempo, ele também não falava a língua portuguesa, e ao concluir o ensino básico, veio a primeira dificuldade, que aprender a nova língua.

Iniciado esse processo de estudar, era hora de partir, e, com aquele adolescente partiam muitos sonhos.

“Depois parti, sai para buscar um futuro pro meu povo, pra mim, deixei Tarauacá e fui para Rondônia, a convite da igreja Adventista do 7º Dia, e passei a estudar em um colégio interno”, conta.

Da seringa à sala de aula: professor indígena mantém cultura de seu povo viva por meio do ensino
Cacique Bené ensina artes ao seu povo

Dificuldades

Com muita dificuldade em falar português, Bené encontrou nas pessoas o apoio necessário para compreender e aprender. Assim, começava a escrever sua história, longe de casa, do seu povo. Depois de três anos ele deixou o colégio interno.

“Minha luta era muito grande, tinha que trabalhar e estudar, mas encontrei muitos amigos que me ajudaram a viver e dar continuidade nos meus estudos. Depois foram surgindo oportunidades. Depois de seis anos que não via meus pais, ninguém do povo Huni Kui, acabei retornando para Tarauacá para concluir o ensino médio”, pontua.

Ele voltou para perto da família, mas as condições continuavam poucas. Em 1998, ele conta que conseguiu um estágio na Fundação Nacional do Índio (Funai), e, seguiu sua trajetória, na saga para terminar o ensino médio. Ele conta que recebia o valor de R$ 5 por semana com o estágio, era com o que ele fazia a feira para se manter.

“Depois de terminar o ensino médio, fui convidado pelo meu cunhado para retornar à comunidade que ainda não era nem uma aldeia, estava sendo trabalhada e o pai estava lutando para demarcar, e quando foi demarcada, em 2000, fui convidado para trabalhar nesta escola onde estou hoje”, conta sobre a primeira experiência.

Da seringa à sala de aula: professor indígena mantém cultura de seu povo viva por meio do ensino
José Benedito diz que através da educação mantém cultura viva

‘Sonho’

Só que o menino que tinha deixado Tarauacá, levava na bagagem outro sonho, e não era o de ser professor, e sim o de ser médico. “Como havia essa opção e as condições financeiras eram bem curtas, retornei para a comunidade e comecei a trabalhar como professor com as crianças do terceiro ao quarto ano.”

Foi assim que ele assumiu a carreira de professor, e assumiu também como assessor pedagógico, mas não há arrependimento nessa trajetória, só orgulho. Em 2008, ele conta que abriu o curso para docente indígena, fez o processo seletivo, e se formou em linguagem e artes pela Universidade Federal do Acre (Ufac).

Com o passrar do tempo, o trabalho e as responsabilidades foram crescendo, primeiro professor, depois assessor pedagógico, e, em 2009, tornou-se cacique de seu povo. E o sonho de uma vida melhor para o seu povo, ele descobriu que não era por meio da medicina, mas sim da educação.

“Quando sai para me formar, não era só pensando em mim. Meu sonho sempre era de buscar algo para minha comunidade, para que eu pudesse trazer uma planta e ela pudesse prosperar junto à minha terra indígena. E, graças a Deus, está dando certo porque a minha formação, através da letra e da escrita, de formação com os alunos e as lideranças, temos buscado alternativas de dias melhores para a nossa terra.”

Hoje ele é especializado na Espanha e atua como professor de artes intercultural, teórica e prática.
“Na Espanha fiz minha especialização, onde aprendi muito e a minha experiência da formação, aprendi a como manter nossa língua, nossa cultura viva. Então, para mim foi ótimo toda a trajetória de vida estudantil, profissional a vivência com o povo. Penso em viver aqui pelo resto da minha vida, dando contribuição do que aprendi lá fora, trazendo o que é bom para outras lideranças e a juventude”, conclui.

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