A família do jovem Alan da Costa Cordeiro, de 24 anos, que morreu no último sábado, 22, em frente a uma pizzaria de Rio Branco, registrou boletim de ocorrência, nesta terça-feira, 25, cobrando providências do poder público.
No BO, a mãe Samia Cristina Rafael da Costa diz que o filho foi morto devido a uma “gravata que os seguranças da pizzaria lhe deram no pescoço”. Ainda segundo a denúncia, Alan teria sido vítima de asfixia.
No vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o momento em que o jovem aparece caminhando na calçada do estabelecimento, aparentando estar um pouco fora de si, quando o segurança tenta segurá-lo. Após se soltar, o jovem é pego novamente pelo segurança, quando recebe um golpe no pescoço, conhecido como “mata leão”.
Informações dos familiares dão conta de que, antes se direcionar ao restaurante, situado ao lado da Catedral Nossa Senhora de Nazaré, Alan teria consumido bebida alcóolica, em um bar no Novo Mercado Velho. O jovem teria afirmado que estava sendo perseguido por homens em um carro branco.
“Nada justifica os seguranças terem agido daquela forma. E eu tenho testemunhas dizendo que esse segurança pegaram ele sem dó, nem piedade. Eu quero justiça pelo meu marido, ele era pai, era um bom filho e ele havia passado o dia todo trabalhando. Nada justifica, nada”, declarou a esposa de Alan, Larissa Oliveira.
Segundo os paramédicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), quando o rapaz foi socorrido, estava desorientado e, quando colocado na viatura, a sua saturação baixou muito, necessitando a intervenção da viatura de suporte avançado 01 para socorrê-lo.
Apesar de todas as manobras da equipe médica, o jovem morreu ainda em frente à pizzaria. Devido à presença de hematomas, o corpo de Alan foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
A mãe pede justiça. “Eu quero justiça por tudo que está acontecendo. E eu vou até final, custe o que custar. Eu quero justiça”, afirmou.
Além da viúva e da mãe, Alan deixou duas filhas, de 2 e 4 anos. “Quem sustentava essas duas filhas era ele, como pai. E, agora, quem é que vai sustentar?”, indagou Samia.
Pizzaria nega morte por asfixia
O dono do empreendimento, o empresário Roberto da Princesinha não atendeu as ligações da reportem e também não respondeu as mensagens. Quem falou com a imprensa foi um homem, identificado como Ramon, que se diz proprietário do estabelecimento.
“O rapaz não morreu na porta do restaurante. O rapaz morreu dentro do Samu, com uma parada cardíaca. Ele foi imobilizado pelos seguranças, porém, quem segurou ele depois, foi uma pessoa lá, que não se sabe nem quem é”, afirmou Ramon.
Segundo Ramon, o jovem teria morrido de overdose. “Quem viu a situação do rapaz, visivelmente drogado, alterado, sabe que não foi asfixia, sabe que, no mínimo, ali ele morreu de overdose, de coisas parecidas”, afirmou.
Uso da maconha
A mãe nega que a causa da morte tenha sido por overdose, e disse que o filho usava maconha de maneira “esportiva”.
“Ele usava a maconha, mas ele nunca roubou, nunca matou, para usar a maconha dele. Ele usava esportivamente”, afirmou Samia Cristina.
O laudo do IML deve sair entre 15 a 30 dias. Enquanto isso, a polícia está ouvindo todos os envolvidos e testemunhas do caso.