Por Ailton Oliveira*
Ele, em 1998, assumiu com outros seis amigos o PSDB estadual e ajudou a eleger Jorge Viana para o governo, a pedido do presidente da República FHC. Chegou até a abandonar uma candidatura de deputado estadual para se dedicar ao projeto que, infelizmente em poucos anos, decepcionaria muita gente.
Em meados de 1999, quando era secretário de Agricultura do Estado, já deu sinais que não concordava com o modelo de desenvolvimento que estava sendo implantado no Acre, a tal FLORESTANIA representada pela árvore Castanheira (e quem da época, não se lembra disto!).
Não era nada do projeto que ele escreveu para aquele governo, na área da produção, que contemplava as culturas de soja, milho, arroz, algodão, café em alta escala e na agricultura familiar.
Como secretário, durante 16 meses, iniciou a mecanização agrícola com 20 associações e cooperativas e implantou em tempo recorde o programa de Defesa Animal (vacinação contra a aftosa). Quando ele saiu do governo, simplesmente o governo petista matou o projeto de Mecanização.
Em abril de 2000, deixou o governo do PT e voltou para Acrelândia para virar “prefeitinho”, como Jorge Viana lhe classificou, magoado por ele ter deixado de ser Secretário de Estado para voltar a ser prefeito de um município tão pequeno. Ele, que nunca deixou de falar o que pensa, respondeu: “Lá eu mando no meu nariz e não vou ter que ouvir vocês pedindo para eu homologar licitações fraudulentas”.
Em 2001, após Jorge Viana não cumprir com a liberação total de um convênio firmado com a prefeitura, numa festa de entrega de títulos da COLONACRE, em Acrelândia, o desafeto da frente popular, em público, rompeu com o Jorge Viana e o PT “ao vivo e a cores”, na presença de mais de 700 pessoas.
Como jornalista, acompanhei o fato e lembro que outros dois prefeitos do PSDB não o acompanharam e deixaram o partido, ficando do lado do governador.
Portanto, somente ele com mandato teve a coragem de enfrentar aquela força monstruosa que já era o PT, inclusive com o Lula presidente.
A partir daí, o PSDB foi retirado da Frente Popular e iniciou com outros amigos, o projeto de derrubada do PT no Acre.
Fez um belo trabalho na segunda gestão e se reelegeu, em 2004, para prefeito, contra tudo e contra todos!
Em 2006, deixou o terceiro mandato de prefeito e partiu para disputar uma vaga de deputado estadual, que era cristalino o sucesso, porém, acabou atendendo a um pedido do PSDB nacional e do próprio candidato a presidente, Geraldo Alckmin, e disputou a eleição para governador e dar palanque ao Alckmin. Por este gesto é que Geraldo Alckimin, como governador de São Paulo, nunca deixou de recebê-lo no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Mesmo sem estrutura nenhuma para a campanha, mas com o crédito dado ao projeto “Produzir para Empregar” que ele defendia, e a ajuda de alguns amigos como este jornalista, Normando Sales, Frank Lima, finados professor José Mastrângelo, Milton e Sérgio Parente, Falcão, Marcio Pereira e outros doidos, como éramos chamados, ele encarou a candidatura de governador e ainda fez quase 12% dos votos, lembrando novamente, contra aquela máquina de moer e destruir reputações que era o PT e a Frente Popular.
Em 2008, lá estava ele, sem estrutura nenhuma, novamente disputando contra o PT, desta vez, a prefeitura de Rio Branco, quando fez quase 23% dos votos, enquanto outros candidatos com estrutura de campanha infinitamente maior que a dele, alcançou percentual pouco maior. Foi mais uma derrota!
Em 2010, ELE nos reuniu e queria disputar uma vaga para federal, porém quando foi falar com Flaviano, Márcio Bittar e Petecão para assumirem a candidatura de governador, todos diziam: “O PT é imbatível!”. Ninguém aceitou o desafio e, ele, novamente, como “bom soldado” e fiel ao grupo, foi enfrentar o poderio do PT e da Frente Popular. Mesmo sem estrutura e com a grande maioria dos candidatos proporcionais não tendo coragem de pedir votos para ele, e as pesquisas “compradas” dizendo que ele estava lá embaixo, como a do sábado que antecedeu as eleições do último domingo (3/10/2022), publicada pela Globo 63% para o Tião Viana e 37% para ele, fechou a eleição com 49,5% dos votos.
Em 2012, na disputa pela Prefeitura de Rio Branco, contra o Marcus Alexandre do PT, lá estava novamente nosso personagem, com o projeto “Produzir para Empregar”. Mais uma vez, todos contra! Até o candidato do PMDB batendo; As pesquisas novamente mentindo, o povo de Rio Branco, novamente lhe dá 49,5% dos votos no segundo turno.
Em 2014, o abnegado, destemido e determinado homem que a cada eleição liderava o movimento de enfraquecimento do PT e Frente Popular, mas que perdia, a cada eleição, um pouco do seu capital para pagar contas das eleições, e, com a esposa Beth já demonstrando sinais de uma doença desconhecida, e tendo que enfrentar o poderio do PT e agora, mais o poderio do Gladson Gládson Cameli senador, juntamente com Márcio Bittar governador, (lembrando: Ele quem lançou o Roberto Duarte na política como senador) foi para a guerra e obteve 20% dos votos com Marcio obtendo 24% e levando a disputa para o segundo turno, dando total e irrestrito apoio ao Bittar.
EM 2016, mesmo com a sua rainha Beth Bocalom numa UTI em MG, veio para a campanha para prefeita, de Eliane Sinhazique contra o PT.
Em 2018, com dona Beth na UTI em MG, lá vem ele novamente, só que agora como candidato a deputado federal, lançando na política o coronel Ulisses como governador contra os Vianas. Mesmo obtendo quase 22 mil votos, não foi eleito por falta de legenda (o que para a grande maioria da população, e para este jornalista, foi uma grande injustiça!).
Em 2020, com dona Beth ainda na UTI, como ele não desistiu nunca, se lançou novamente candidato a prefeito de Rio Branco, pela terceira vez, com apenas dois partidos, sendo o PP pela metade, porque o governador Gladson foi apoiar a Socorro Neri, prefeita em reeleição, e, com o apoio irrestrito da senadora Mailza e José Bestene, ambos do PP, e com o apoio total do senador Petecão do PSD e equipe. No primeiro turno recebeu 49,63% dos votos e no segundo turno, ganhou (até que enfim) a eleição para prefeito de Rio Branco com 63%, não deixando o PT eleger nenhum vereador.
Agora em 2022 o PT não consegue eleger a sua candidata a senadora, nenhum deputado estadual, e, tão pouco um deputado federal e por cima de tudo, foram derrotados para o governo do estado. De uma só vez, as duas expressões máximas do Petismo Acreano, Jorge Viana e Marcus Alexandre, pegaram a balsa para Manacapuru.
E agora PT?
Imaginar o que vocês foram até quatro anos atrás hein!?
O povo acreano despertou com tantos sinais que ele deu em cada eleição que disputou, levando sempre os mesmos projetos do “Produzir para Empregar” e o “Se não Roubar o Dinheiro Dá”.
A importância dele é tanta, que ao ler todas essas informações, você com certeza, já havia entendido que falo de Tião Bocalom. Ele é o grande responsável pela derrocada do PT no Acre
*Ailton Oliveira é jornalista e secretário de Comunicação da Prefeitura de Rio Branco.