Se outubro teve chuvas acima da média e encerrou com quase o dobro do esperado, novembro vem apresentando um cenário atípico, sendo que, nos primeiros sete dias do mês, choveu apenas 2% do esperado e não há previsão para os próximos dias, segundo dados da Defesa Civil de Rio Branco.
Além disso, ainda há registro de friagem fora de época, altas temperaturas e qualidade do ar ruim, ou seja com material particulado bem acima do considerado ideal, o que preocupa.
“Uma coisa que temos observado é que os eventos extremos estão cada vez mais próximos, por isso, fizemos o comparativo dos anos mais perto para ver a diferença. O que estamos vivendo agora, no começo de novembro, não aconteceu ainda no passado. É um coisa inédita que está acontecendo”, disse o coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão.
A média de chuvas esperadas para novembro é de 224 milímetros, mas, até essa segunda-feira, 7, só foi registrado 4,6 milímetros. Nos anos de 2020, no mesmo período, já tinha chovido 48,8mm e 2021, mais de 72 mm.
Além disso, o nível do Rio Acre, que chegou a cota de 3,40 metros nesta terça, 8, é considerada aceitável, mas não é um nível seguro, pois o aumento que houve nas últimas 48 horas não é fruto de chuvas no município, mas chuvas ocorridas em outras localidades, que influenciou no nível local, informou.
“Outra coisa é a quantidade de focos de calor e também de queimadas urbanas, o quanto aumentou nesse início de novembro, que, na verdade, era para ter diminuído ou mesmo cessado. E também a questão das temperaturas, que estão mais altas do que deveriam estar”, acrescentou.
Falcão disse que tudo isso, que é novo para o período, requer estudo e ainda pode resultar em um efeito rebote, como uma inundação forte, porque as chuvas, quando voltarem a cair no estado, podem vir acima da média, além do risco de voltarem os temporais.
Veja alguns dados comparados entre novembro deste ano e de anos anteriores, em Rio Branco.
Focos de calor
-2020 – 73 focos
-2021 – 7 focos
-2022 – 728 focos
Incêndios ambientais urbanos
– 2020 – 32
-2021 -14
-2022 – 75
Qualidade do ar
-7 de novembro de 22 41mg/m³
– 8 de novembro de 22 30mg/m³
Diretrizes atualizadas publicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que a quantidade de material particulado acima de 15 µg/m3 já são prejudiciais à saúde.