Comerciantes e gestores públicos debateram a terceirização da administração do Shopping Aquiri, em audiência pública realizada, na manhã desta sexta-feira, 25, no plenário da Câmara de Rio Branco.
No início desta semana, o empreendimento de comércio popular da capital acreana passou a ser administrado por uma empresa privada, de Minas Gerais. Com isso, foi repassada a responsabilidade de cuidar do local ao setor privado, isso após dois anos da Lei ser sancionada pelo Executivo. Os lojistas reclamam que deixaram de ser concessionários para serem locatários.
“A reclamação dessas pessoas, dos lojistas e camelôs, é que tudo foi feito sem muito diálogo, vimos que depois do pedido dessa reunião, o prefeito Tião Bocalom sentou para conversar com eles. Isso já foi um passo positivo para o nosso pedido da audiência. Trouxemos a categoria para dentro da casa do povo, onde nós os representamos, convocamos os representantes do poder público municipal para que tenha essa conversa. Existe a cobrança de um valor muito grande de aluguel para esses lojistas, e tememos que eles não possam pagar e percam o trabalho de uma vida”, frisou a vereadora Michele Melo (PDT), autora do requerimento.
O coronel Ezequiel de Oliveira Bino, Chefe do Gabinete Militar da prefeitura, que foi representando a gestão municipal, falou que o prefeito está buscando uma solução para o problema.
“Tenham certeza que os comerciantes não ficarão prejudicados. Quero deixar claro o total compromisso do prefeito Tião Bocalom com essa questão. O Executivo não irá desamparar esses trabalhadores. Existem algumas cláusulas contratuais, mas buscaremos um entendimento sobre essas medidas. Tudo deve ser feito de acordo com a Lei”, pontuou.
Antonina Campos, representante da Empresa Elite, que passou a administrar o shopping, disse que precisa do apoio dos comerciantes. “Alguns lojistas procuraram a atual administração para assinar o contrato, mas estão sendo coagidos, de alguma forma. Sabemos dos direitos que eles têm, e das dificuldades enfrentadas. Porém, estamos trabalhando dentro da realidade do município. Que tudo possa ser logo resolvido”.
Carlos Juruna, presidente do Sindicato dos Camelôs, falou sobre a dificuldade que os comerciantes enfrentam para vender os seus produtos.
“O Terminal Urbano está literalmente quebrado. Com isso, perdemos muitos clientes, e não conseguimos acompanhar o fluxo da tabela de preços da empresa que ganhou a licitação para pagar o aluguel dos boxes. Eles querem cobrar um valor que não conseguimos pagar, isso é fato. Tem uns 10% que conseguem, os outros 90% não”, pontou.
Ele acrescentou que isso pode ser entendido como uma regressão. “Pois antes éramos concessionários, e, agora somos locatários dos pontos, isso é errado. Se o lojista atrasar em dois meses o aluguel, é ‘rua’, ele é despejado e colocam outra pessoa no lugar. Estão cobrando R$ 100 por metro quadrado. Queremos que essa Lei seja revogada. O shopping foi inaugurado em 2020, e trabalham cerca de 480 camelôs ”, concluiu o sindicalista.