Com uma programação diversificada e apresentações de mestres da música e da dança acreana, o projeto Baquemirim realiza, nesta sexta-feira, 25, o Festival Aquiri – Cantos e Baques da Floresta, que tem no seu repertório os cantores Paká e Rorá que vêm das Terras Indígenas do município de Tarauacá, às margens do Rio Gregório.
O evento é para celebrar o ano de atividades do projeto, e ocorre no Anfiteatro Garibaldi Brasil, na Universidade Federal do Acre (UFAC), com o objetivo de mostrar culturas como a dos seringueiros, indígenas, e por isso dá lugar às vozes da floresta, que estão no mundo todo e o Acre não conhece.
Os artistas são Txanás do Povo Noke Koî, mais uma nação indígena que conseguiu sobreviver ao Ciclo da Borracha na Amazônia Brasileira, cuja língua, atividades tradicionais culturais e religiosas foram preservadas, apesar dos anos de submissão aos brancos.
Os Noke Koî (autodenominação, significa gente verdadeira), foram denominados pelos brancos e são conhecidos entre nós como Katukina (mosquito que passa doença).
A música sempre teve e tem até hoje presença definitiva nos rezos sagrados dos pajés e dos cantos de costume. O canto traz cura, proteção, paz, saúde e alegria e eles resistem com os cantos dos antigos e dos jovens.
E Paká e Rorá são Txanás, ou, “guardiões dos cantos sagrados”, jovens compositores de música na língua tradicional, com interferência/inserção da música contemporânea e de músicas de outras aldeias. Txaná Paká, cacique da aldeia Timbaúba, já se apresentou em vários lugares do Brasil e do mundo, tem suas músicas lançadas anteriormente nas plataformas de streaming e se apresenta com Rorá, sua companheira, no Festival Aquiri – Cantos e Baques da Floresta.
Além da parceria com os Noke Koî, o Baquemirim trabalha em cooperação com o Povo Huni Kuin, também sobrevivente na Amazônia Brasileira e que, como os demais povos originários, têm a música, a dança e a pintura corporal como parte da vida cotidiana.