Mesmo com a campanha realizada pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), para devolução de embalagens e das sobras de agrotóxicos adquiridas por produtores de pequeno e grande porte do estado, a adesão teve uma queda de 51% neste ano.
A campanha começou, em agosto deste ano, e apesar disso, o número tem sido aquém do esperado, já que, em 2021, foram recolhidas mais de 40 mil embalagens, e, até o início de novembro deste ano, esse número foi de pouco mais de 19,3 mil.
Segundo a legislação, a devolução deve ser realizada, obrigatoriamente, no prazo de um ano, desde a data de compra do agrotóxico. O produto é utilizado por produtores familiar e grandes produtores, na maioria das vezes, para que as pragas nas lavouras sejam controladas.
O recolhimento das embalagens, determinado por lei, é realizado, permanentemente, no Acre, pela Unidade de Recebimento de Embalagens Vazias da Associação das Revendas Agropecuárias do Acre (Araac), na cidade de Rio Branco.
Para garantir a conscientização, o Idaf, em parceria com a Araac, realizou, neste ano, algumas ações de divulgação em municípios como Capixaba, Rio Branco e Cruzeiro do Sul. A campanha foi pensada para que os produtores rurais sejam informados sobre a devolução das embalagens vazias. Apesar da campanha de divulgação, a adesão foi baixa.
“Às vezes, o produtor acaba por utilizar o recipiente para armazenar outros tipos de líquidos. Esse problema não é exclusivo do Acre”, explica o agrônomo e coordenador de fiscalização de agrotóxicos do Instituto, Marcelo Machado, sobre a baixa quantidade de embalagens recolhidas.
O agrônomo explica ainda que o problema tem âmbito cultural, já que é comum que os produtores armazenem, descartem pelo lixo ou queimem as embalagens. A problemática, acredita Marcelo, se dá pela falta de orientação técnica e da consciência dos danos à saúde humana, animal e ao meio ambiente, proporcionados pelo agrotóxico.
Marcelo relata que, para contornar o problema, o Idaf já pensa em estratégias de planejamento para o próximo ano. Para isso, segundo o coordenador, será necessário o apoio e colaboração das prefeituras, das revendedoras de agrotóxicos e principalmente dos produtores rurais, para que deixem de lado a negação sobre a conscientização da retirada desses recipientes, que podem contaminar o meio ambiente e causar danos à saúde, e a legislação seja cumprida.