Os Grupos Técnicos do governo de transição têm adotado a prática de reuniões com representantes de instituições e da sociedade civil para escuta e coleta de propostas que possam contribuir com o novo governo.
Neste sentido, o deputado federal Leo de Brito (PT-AC), membro do Grupo Técnico de Ciência, Tecnologia e Inovação da Transição, promoveu nesta terça-feira, 29, um encontro com pesquisadores, especialistas e representantes de diversas instituições do Acre e da sociedade civil para debater os desafios da área.
“Reunimos um quórum muito qualificado do nosso estado para discutir a problemática e possíveis soluções para essa área tão importante e estratégica para o desenvolvimento de um país. Uma das recomendações do presidente Lula é de possamos ouvir o máximo de pessoas e receber colaborações para o processo de reconstrução do Brasil”, salientou o parlamentar.
Leo de Brito, que teve seu nome anunciado pelo coordenador da Transição, vice-presidente eleito Geraldo Alckmin dia 22 de novembro, explicou que o GT da Ciência, Tecnologia e Inovação foi subdividido em 14 áreas e que os trabalhos estão em fase de diagnóstico para compor o relatório final que será entregue na primeira quinzena de dezembro.
Representando a Embrapa Acre, o pesquisador Eufran Amaral destacou os prejuízos causados pelo processo de desmonte e os sucessivos cortes de recursos para investimentos em ciência e tecnologia nos últimos anos.
“Para se ter uma ideia, hoje a Embrapa Acre trabalha com 30% dos recursos de 10 anos atrás, é urgente a previsibilidade dos recursos para as instituições, assim como investimentos e financiamentos específicos para pesquisa, fortalecimento de laboratórios, entre outras ações estratégicas para essa área, só assim vamos poder contribuir com o desenvolvimento do nosso país”.
Josimar Batista, vice-reitor da Universidade Federal do Acre, também deu ênfase aos prejuízos causados pelos contingenciamentos de recursos para a educação e a falta de investimentos para a ciência e a pesquisa.
“É urgente a recomposição do fomento para a ciência e tecnologia, também é necessário um olhar diferenciado para a soberania da Amazônia e sua sustentabilidade, assim como forte investimento e melhoria nos nossos laboratórios que hoje estão sucateados, maquinários obsoletos pela falta de fomento. Nós temos um quadro técnico de docentes e pesquisadores qualificados e atuantes, mas que não encontram amparo e apoio para fomento em razão dessa escassez de recursos e falta de investimentos”.
Outro ponto levantado pelo vice-reitor da Ufac se refere aos programas de Bolsas Estudantis e a necessidade de restabelecimento de parceria e investimento em pesquisa também por parte do governo do Estado.
Participaram do encontro representantes da Universidade Federal do Acre, Embrapa, Instituto Federal do Acre, Sebrae, Tribunal de Contas do Acre, entre outras instituições.