Temendo o racionamento de combustível, devido aos bloqueios em trechos da BR-364, que liga o Acre ao Estado de Rondônia, que prejudicam a circulação das cargas e caminhões, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans) reduziu, nesta terça-feira, 22, a frota de ônibus de Rio Branco.
De acordo com a direção da autarquia, dos 101 veículos que circulam, diariamente, na zona urbana e rural da cidade, apenas 71 estão atendendo à população. A medida, como de esperado, não agradou os usuários do serviço na capital acreana, como relataram alguns rio-branquenses que aguardam o coletivo no terminal urbano.
A funcionária pública Maria do Socorro disse que foi complicado chegar ao trabalho, nesta terça-feira. Situação mais difícil para retornar para casa, segundo ela.
“Moro no Conjunto Universitário, acordei muito cedo para ir trabalhar. Estou retornando para casa, e a espera pelo coletivo está complicada, já são mais de 50 minutos aguardando o ônibus, que, rotineiramente, aguardo, no máximo, 15 minutos. Não sei como vai ser, nos próximos dias, se não desbloquearem a BR”, desabafou Socorro.
Insatisfeito com a determinação da gestão municipal, o aposentado Francisco Souza comentou que só quem sofre são as pessoas que dependem do transporte público.
“A corda sempre rompe do lado mais fraco, nesse caso para os pobres, para quem precisa utilizar esse serviço. Moro distante, no Irineu Serra. Estou há duas horas aguardando o ônibus, e, até agora, nada. Esse povo que está bloqueando as rodovias devia aceitar o resultado das urnas e acabar com esses protestos. Tudo ocorreu de forma democrática”, concluiu.
Segundo José Benício Dias, superintendente da RBTrans, a redução de 30% da frota é por tempo indeterminado. “Tomamos a atitude, juntamente com a Ricco, empresa que disponibiliza o serviço na cidade, para que os usuários possam continuar a utilizar os coletivos. Se a frota de 101 carros continuasse rodando regularmente, poderíamos, daqui a três dias, não ter mais combustível para rodar o restante da semana, ou do mês. Não temos ideia de quanto tempo vai perdurar esses bloqueios, porém, se as vias continuarem bloqueadas, a tendência é de parar o serviço de transporte público em Rio Branco”, declarou o gestor.