Augustus, o título é honorífico e tem caráter religioso, está remetido ao que é venerável e traduz o sagrado, mas uma vez que é dado a César o que é de César.
Está sendo noticiado que Pelé está em tratamento paliativo por causa de um câncer de cólon e talvez não chegue ao final dessa Copa, só estou respeitando o diagnóstico médico e não antecipando a morte dele.
Se existe respeito, poderia dizer medo, pela camisa amarela da seleção é porque existiu Pelé. Coroado rei do futebol aos 17 anos quando assombrou o mundo com seu futebol na Copa de 58, Pelé construiu a história do maior jogador de todos os tempos com muito talento dentro de campo.
Muitos poderão dizer que não o viu jogar, infelizmente não vi, mas a carreira do melhor de todos os tempos é transmitida a todos que gostam de futebol.
Grandes jogadores vestiram a camisa 10 da seleção, porém quem criou a mística foi Pelé.
Com um talento excepcional, velocidade, força, técnica e pouca visão, pois na época não havia “escola de futebol” nos clubes. O rei Pelé aterrorizou os adversários que enfrentavam a seleção brasileira.
Na Copa de 70 Pelé já não tinha a força física de um jovem jogador, mas se preparou para fazer parte da maior seleção de todos os tempos e escreveu a história que a minha geração cresceu respeitando e admirando.
Segundo José Trajano, Pelé foi tão genial que virou referência. Einstein foi o Pelé da física. Picasso, da pintura. Bach, música. Jordan, do basquete. Isso não é pouco. Mas Edson não foi o Pelé na política e na sociedade.
Eu digo se Pelé não fosse um homem negro sem uma história de tragédia em sua vida, também seria cultuado com sua própria igreja aos moldes de Maradona, que foi muito menor que ele em campo e na vida.
É preciso separar a vida profissional. O atleta gigante que ele foi, da figura pessoal seja lá o que digam ou publiquem sobre ele, pois “nem tudo que ouve, houve”, posso assegurar que esse jargão é verdadeiro.
E como diria Dante, independentemente do que digam ou praguejem, o caminho é o meu caminho, precisamos entender que existe um antes e um depois de mim.
Que Pelé possa viver o milagre de ainda ver o Brasil ser Hexa Campeão.
Beth Passos -Jornalista