Todos os fatos que acontecem a nossa volta ligam-se ao acontecimento. Naturalmente queremos redimir todo o sofrimento para misturá-lo à felicidade. No acontecimento questionamos o presente que se volta para o passado livrando-nos do passado.
Pensamos, nada do que vivi foi em vão. O tempo que passou chega em nós, encontramos o sentido. O presente desponta o desenvolvimento.
Walter Benjamin critica a contemplação, mas reduz o presente ao agora, conceito que passa pela cabeça quando o perigo ameaça levar a experiência à precipitação. Os afluentes se achegam para aumentar o volume d’água que dispara o espetáculo.
As Cataratas do Iguaçu inebriam qualquer um com as suas imagens. Precisamos levar a experiência a uma fórmula mais precisa e eficaz, neste sentido o presente é a história que vivemos, quer dizer, o futuro é agora. Sabemos que a memória vive para desafiar o tempo.
Benjamin ainda critica a modernidade que transformou a destruição num gozo estético, ele diz que se trata de uma alienação e não estou certa disso.
Numa alienação a gente sai de si, sendo assim a modernidade é criticada pela sua pretensão e imperícia; no gozo estético o homem entra em si mesmo para viver o seu conceito, me refiro à coragem capaz de ir até o fim sem querer saber das consequências.
Neste sentido, estou pensando com as palavras que me chegam e ouso desenvolver o conceito, eu diria para os idiotas recuarem enquanto é tempo. Idiota no sentido mais chula, referido àqueles que brincam com coisa séria e na verdade não sabem o que estão fazendo. Já tivemos experiências que podem fazer lembrar equívocos e tragédias; um idiota não tem noção do que estou falando porque a experiência não chega.
Um idiota não sabe que a destruição equivale à morte na proporção em que o gozo exalta a alegria e o prazer. Além do mais um idiota é medroso, no fundo é covarde.
Já eu, se o leitor tiver paciência, vai saber do meu esforço para compreender a alma humana. Viveria a vida do mesmo jeito e faria tudo novamente, claro, com alguns ajustes e agora com gostinho de quero mais.
Beth Passos – Jornalista