Querido diário,
Que dia assombrado!
Dia de jogo da seleção, acordei cedo, tomei café, fui lá no Palácio da Alvorada e dei um carão no Bozo pra ele se manifestar – deu certo e ele falou agora a tarde. Reage, Batman!
Então deu a hora do jogo, ficamos meio perdido de onde assistir, então acertamos um lugar massa e alegre, tudo se encaminhando para um jogo foda…
E as manifestações, heim, ainda existem foi só um alvoroço coletivo?
E a cor da prefeitura azulzinha, coisa mais linda, parece o muro do cemitério lá de Feijo.
A copa do mundo serviu para unir o Brasil, fazer nossa alegria (seja pelo jogo ou pelo feriado), levantar a voz do país para torcer para o Neymar. Não deu certo, mas deu, tá tudo bem e bola pra frente, após a bola nas costas (me respeita, rapaz!).
Fomos jantar ali num lugar que o cara já foi nos assustando ao não deixar a gente puxar a cadeira. Lenços macios e cheirosos, comida boa, carne boa e tudo muito massa, mas eles não nos avisaram que nossa alma ficaria empenhada lá até tornarmos do desmaio ao saber que comemos uma novilha, numa janta. Tá bom, fizemos um CDC e ta tudo resolvido.
Para a vida, recomecemos.
A derrota do Brasil na Copa nos deixa a memória de que não dominamos o tempo, o destino dos acontecimentos; nos cabendo portanto continuar fazendo nosso melhor, acreditando que teremos dias brilhantes, mesmo após dias cinzas.
Amanhã a gente bota pra lascar de novo!
Tô aqui deitado, longe dos perigos noturnos, banhado e cheiros, refletindo no quanto somos agraciados pela vida que temos e sonhadores, na medida da nossa esperança e da nossa fé.
Para a vida, esperança e boas energias – isso faz diferença.
Beba água, seu psicotrópico, mije e vá dormir.
Por hoje é só.