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‘Seleção não tinha de arriscar tanto na frente. A gente aprende isso na base’, diz Ronaldo

Artilheiro da Copa do Mundo de 2002, quando comandou a seleção na conquista do penta, o ex-jogador Ronaldo “Fenômeno” disse nesta segunda-feira, dia 12, que a seleção brasileira foi eliminada do Mundial do Catar por falta de malandragem. Na avaliação dele, o Brasil fez uma boa competição, “com poucos erros”, mas considerou que o time foi inocente demais na prorrogação diante da Croácia, pelas quartas de final.

“Diretamente ao ponto do que eu acho que foi decisivo para a gente ser desclassificado: faltou aquela malandragem que é nossa característica também. Não é só uma característica de argentino, de catimba. Nós temos muitas características positivas, o nosso talento, o drible, a nossa ousadia, a nossa alegria, mas também é característica nossa a malandragem ‘positiva’, de você segurar o jogo que já está decidido”, apontou o ex-jogador, que concedeu entrevista coletiva em Doha.

“A gente está acompanhando esta Copa e a gente vê o quão difícil é fazer um gol. Uma vez que você faz um gol dentro de uma prorrogação, faltando cinco minutos para acabar, este jogo tem de estar acabado. De alguma maneira, a seleção brasileira tinha de ter essa malandragem, segurar a bola, talvez não arriscar tanto na frente, fazer com que nada acontecesse daquele jogo. Já tinha conseguido isso durante a maior parte da disputa, a Croácia só fez um chute a gol e foi esse que desviou no Marquinhos e acabou entrando”, considerou Ronaldo.

Na avaliação do atacante, que disputou quatro Copas do Mundo, o trabalho no geral foi bem feito. “Tenho de ser justo com o cenário inteiro, e devo admitir que toda a gestão logística da CBF foi extremamente positiva. Os jogadores tiveram a privacidade que precisavam, e ao mesmo tempo teve o tempo de atender a imprensa, teve o tempo de estar próximo à família. Nesse sentido, a CBF atuou muito bem ao longo de toda a competição”, avaliou.

A Gazeta do Acre: