As duas subvariantes da covid-19, que já circulam no Brasil, há algumas semanas, também foram identificadas no Acre, conforme informou a Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre).
Dados são do relatório de circulação de linhagens do SARS-CoV-2, emitido pela Central de Saúde Pública do Acre (Lacen) na quarta-feira, 30, e mostra que a BQ 1.1 e BE.9 foram identificadas no estado.
Conforme a Sesacre, foram seis amostras de pacientes com sintomas da covid-19, dos municípios de Rio Branco, Sena Madureira e Boca do Acre (AM), coletadas no dia 17 de novembro, e duas foram identificadas com as linhagens BQ 1. 1 e quatro com a linhagem BE. 9, ambas derivadas da variante Ômicron, mesma cepa que circula atualmente na Europa e causou o aumento das infecções em países como Alemanha e França.
Em entrevista recente a A GAZETA, a infectologista Cirley Lobato já tinha dado o alerta que umas das principais medidas que devem ser adotadas no combate à doença é completar o esquema vacinal, além de relembrar cuidados de higiene.
“Complete seu esquema vacinal, tome as doses de reforço. Se for para locais de grande risco de contaminação, como hospitais, unidades de saúde, use sua máscara, não deixe de fazer a higienização das mãos com água e sabão, usar álcool em gel. As pessoas parece que esqueceram de usar o álcool. Também evite levar as mãos na boca, nariz. São cuidados básicos que não podemos deixar de fazer”, disse.
A subvariante tem causado impacto já em países como China e Estados Unidos, e com casos registrados no Brasil, como no Rio de Janeiro e no Amazonas. Em novembro, os casos da doença voltaram a crescer no estado acreano. Nessa quinta-feira, foram 248 novos casos da doença.
A médica diz que, clinicamente, essa nova subvariante não difere das outras cepas, ou seja, o paciente continua apresentando dor de cabeça, tosse, febre, dor na garganta, cansaço. Um sintoma novo, de acordo com Cirley, é o suor noturno, que alguns pacientes se queixam, e uma menor perda do olfato e paladar.
“Mas, o que é mais interessante nesta cepa, que difere, é que ela tem um escape maior da proteção das vacinas, ou seja, a BQ.1 apresenta uma mutação na proteína spike, que permite que eles se liguem e infectem novas células. E ela tem uma evasão dos anticorpos causados pelas infecções naturais, como pelos da vacina. Então, é esperado o aumento dos números de casos, infelizmente”, pontua.