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Na contramão do cenário brasileiro, endividamento e inadimplência no Acre crescem, mostra pesquisa da Fecomércio-AC

O assessor da Presidência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC), Egídio Garó, comentou nesta quarta-feira, 8, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de novembro, apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No Acre, o endividamento e inadimplência subiu 2 p.p., quando comparado com o mês anterior

No cenário nacional, o percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer recuou 0,3 ponto percentual (p.p.) em novembro deste ano, alcançando 78,9% do total das famílias brasileiras. Quando comparado com novembro do ano passado, a proporção, no entanto, avançou 3,3 p.p., mas em dinâmica de desaceleração

No caso acreano, ainda de acordo com o assessor, 11,9% das famílias estão com contas em atraso, e 2% dessas, sem condições de regularizar. “A maior dívida do acreano está no cartão de crédito, o que representa um total de 87,3% das famílias, lembrando que o endividamento não é considerado inadimplência, desde que essa dívida seja paga no vencimento. Desse montante, 96,1% dos endividados possuem renda superior a 10 salários mínimos”, explicou.

Além disso, dos endividados acreanos com conta em atraso, 24,3% afirmaram que têm condições de pagar totalmente suas dívidas, enquanto que 53,5% a pagarão em parte. Já 22,2% disseram não ter condições de realizar o pagamento a curto prazo, levando de 30 a 90 dias para sua regularização.

Maior taxa de juros desde 2018 freia endividamento

A desaceleração da proporção de endividados é explicada pela evolução positiva do mercado de trabalho, pelas políticas de transferência de renda mais robustas e pela queda da inflação nos últimos meses. Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, esse conjunto de fatores resultou no aumento da renda disponível. “Mesmo com o cenário de melhoria do mercado de trabalho, os consumidores seguem cautelosos quanto à contratação de novas dívidas neste fim de ano, tanto pelo alto índice de endividamento e comprometimento da renda quanto pelos juros, que seguem altos”, apontou o presidente.

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