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Prêmio Chico Mendes de Resistência homenageia lideranças, comunidades e organizações pela atuação na Amazônia

Foto: Marcelo Dagnoni - Cobertura Colaborativa da Semana Chico Mendes 2022

O Prêmio Chico Mendes de Resistência marcou o início da Semana Chico Mendes, nesta quinta-feira, 15. O prêmio é destinado para pessoas e organizações que atuam na linha de frente da defesa das florestas e seus povos.

As categorias de destaque este ano foram divididas em personalidade; liderança jovem; povos originários e comunidades e institucional. Assim, os homenageados são pessoas engajadas não só no território da Amazônia Acreana, mas também do Rio de Janeiro.

“O Prêmio Chico Mendes de Resistência foi instituído pelo Comitê Chico Mendes a partir de 2019, pois o atual governo do Acre não tem compromisso com os trabalhadores, trabalhadoras e extrativistas, o Comitê resolveu criar o prêmio. A escolha das pessoas, comunidades e organizações tem alguns critérios, e um deles, são as práticas socioambientais defendidas por Chico Mendes”. expressa Gumercindo Rodrigues, presidente da Comissão do Prêmio Chico Mendes deste ano.

Cátia Melo é uma jovem extrativista da Reserva Chico Mendes, no AC gestora ambiental, faz parte do Comitê Chico Mendes (CCM) e também é Coordenadora de em comunicação digital do Conselho Nacional das Populações Extrativista –CNS, destacando-se como jovem liderança, notoriamente pelo seu engajamento e envolvimento, tornando a luta dos extrativistas com maior visibilidade política pelo alcance das redes sociais.

Jairo Augusto é o destaque na categoria povos originários e comunidades, representando o Quintal dos Pescadores Artesanais de Itaipu, que é um espaço territorial localizado no município de Niterói-RJ, onde vivem atualmente três famílias de pescadores artesanais. Localizado próximo à praia de Itaipu, lugar de rara beleza cênica e altamente valorizado em termos imobiliários, tornou-se alvo da cobiça de poderosos, e as famílias enfrentaram ação judicial de reintegração de posse.

Na categoria Personalidade, o prêmio ficou com Aldeci Cerqueira Maia (Nenzinho) que é da Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema, de Sena Madureira/AC e se destaca como uma das principais lideranças do movimento seringueiro naquele município, tendo organizado empates para impedir a criação de um projeto de assentamento agrícola no Seringal Iracema, onde nasceu. Sua luta ganhou mais força a partir da criação da Associação dos Seringueiros do Seringal Cazumbá, em 1993, onde os seringueiros se organizaram formalmente para assegurar seus direitos e garantias. Aldeci foi idealizador, sócio-fundador e primeiro presidente da referida associação, por mais de 13 anos, entre 1993 e 2005.

O Instituto Mapinguari, de Macapá/AP, representado por Adriane Formigoso, Hannah Baloeiro e Yuri Silva, se destacou na categoria Institucional. Desde 2013, acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) se organizam em prol da Unidade de Conservação amapaense “Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Revecom“, que enfrentava dificuldades. As atividades desenvolvidas pelo “Movimento Pró-Revecom“, como participação em audiências públicas, visitas técnicas, campanhas na internet e engajamento voluntário, chamaram a atenção para a situação da UC. Com a notoriedade, o “MPR“ foi convidado para palestras e parcerias, em um cenário onde o ecossistema de organizações não governamentais era dominado por ONGs socioambientais de fora do Amapá.

“O Prêmio Chico Mendes de Resistência foi criado em 2019 pelo Comitê Chico Mendes e o coletivo de organizações que acharam importante criar naquele momento, considerando que o Prêmio Chico Mendes de Florestania, que era ofertado pelo governo do Estado em 2018, foi descontinuado em 2019, com a eleição do novo governador, que não representa os ideais de luta de Chico, que não respeita a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da floresta, que não respeita a pauta de meio ambiente, a gente achou por bem criar nosso próprio prêmio”, aborda Angela Mendes, presidenta do Comitê Chico Mendes.

Angela continua, e indica que o prêmio faz parte desse legado de Chico Mendes, “e nós sempre procuramos premiar com muito carinho aquelas organizações, aquelas pessoas que de fato têm uma atuação alinhada, em consonância com os ideais de Chico. Então é isso, o Prêmio Chico Mendes tem esse cunho de potencializar o legado do meu pai, de defesa do território e de defesa da vida.”

A Semana Chico Mendes iniciou dia 15 de dezembro e se estende até 22 de dezembro, com atividade em Xapuri até o dia 17 de dezembro e de 19 a 22 de dezembro acontecerá em Rio Branco, capital do Acre.

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