Os estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac) realizam nesta quarta-feira, 7, uma concentração em frente à Ufac, para protestar contra os bloqueios orçamentários da Educação realizados pelo governo federal que comprometem, sobretudo, as bolsas de pesquisa, de iniciação científica e de permanência estudantil dos estudantes.
Com o protesto, eles fecharam a BR-364, no Distrito Industrial, nos dois sentidos. Com cartazes, os alunos gritam palavras de ordem.
“A Ufac tem um grande número de estudantes e pesquisadores que dependem muito ou completamente desse dinheiro. Então, qualquer corte significa uma mensalidade de aluguel não paga ou um período sem poder se sustentar ou se alimentar corretamente. Sem falar que muitas dessas bolsas são para custear pesquisas que fomentam a ciência brasileira”, ressalta Tácila Matos, natural de Cruzeiro do Sul, que se mudou para a capital ao entrar no curso de Jornalismo da Ufac.
No dia 5 de dezembro, a Universidade informou, para toda a comunidade interna e externa, que as bolsas e auxílio dos estudantes estão inviabilizadas por conta da falta de repasse financeiro do governo federal. Além disso, a Ufac alerta sobre não conseguir bancar despesas, como os serviços de limpeza, luz, água, telefone, vigilância, fornecedores do Restaurante Universitário (RU) e outros serviços que são essenciais para o seu funcionamento.
O protesto é organizado pelo movimento estudantil da Ufac, que, desde a manhã desta quarta-feira, convida, através das redes sociais, os estudantes do campus de Rio Branco, para comparecerem à manifestação, e os estudantes de Cruzeiro do Sul, para a plenária realizado com o mesmo intuito.
Aldemir Victor, aluno do 8° período do curso de Medicina e bolsista da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade, explica a importância do sistema de bolsas nas instituições públicas de ensino, que fomentam a pesquisa e as produções de projetos que envolvem a comunidade interna e externa, e faz com que o aluno permaneça no ambiente universitário.
“As bolsas ajudam nos gastos do aluno que não tem total disponibilidade para trabalho. Ajudam até mesmo no ambiente familiar. O corte de verbas, além de afetar diretamente na vida do discente, também afeta o funcionamento orgânica da Universidade”, esclarece.
Cortes
Em comunicado, a Ufac informou que, sem o repasse financeiro do governo federal, não consegue pagar as bolsas e auxílios dos alunos, e, além disso, não poderá também executar despesas, como pagamentos de contratos de limpeza, luz, água, telefone, vigilância, fornecedores do Restaurante Universitário (RU), entre outras.
A instituição, que recebeu do Ministério da Educação (MEC), um comunicado oficial, confirmando o bloqueio de R$ 5,4 milhões, disse que, dentre outras providências, o decreto zerou o limite de pagamentos das despesas discricionárias do MEC previsto para o mês de dezembro. Ou seja, não serão repassados recursos em dezembro à Ufac.
“Os cortes das bolsas da universidade têm afetado, diretamente, na minha alimentação e no transporte para poder chegar até a Ufac e estudar”, disse Elayne Medeiros, estudante de psicologia.