Aprecio muito essa interrogação “Por que hei-de erigir, em novo e sublime estilo, um átrio com invejandas portas? ”, pergunta Horácio a si mesmo, de modo que sua questão interpela o leitor.
A primeira das Odes Romanas abre-se para o tempo, que entra admirado, Tobias Barreto afirma que o estilo tiras as consequências da história, o sofrimento misturou o afeto à terra e terminou alcançando a felicidade que toma distância e eleva-se para acompanhar os acontecimentos.
O presente é sentido em sua atualidade, o passado parece vago como uma generalidade indistinta, tanto faz ser um como o outro, a grandeza daquele é a mesma deste, o tema é largo e os assuntos são dispersos; a repetição limita-se à constância, as palavras vão-se desdobrando.
A mudança volta para repetir-se, só conhecemos variações que multiplicam os fatos para engrossar o volume, o que é grande deslumbra, fica desconhecido e o deslumbramento ilude.
O futuro está na compreensão, este querer vai aos princípios da comunicação para buscar o entendimento, na medida em que eu me encaminho o outro vem ao encontro como possibilidade do desenvolvimento; Horácio que tomava consciência da profundidade do desafio compreendia a significação de Augusto César, o estilo que era marcado. Ou seja, livra-se das correntes e ganha fluência, uma vez que o pensamento adentra a amplidão dos pássaros para colocar ordem no discurso o poeta adquire a desenvoltura que culmina a evolução.
Percebe-se no estilo de governo, tomado em seu caráter eminentemente político, uma espécie de arte pensada para conceber o mundo e dar ao homem o tamanho de sua responsabilidade; é visível, para quem ver, que o estilo é alcançado quando toma seu acento singularíssimo, por sinal, para além do maneirismo, a simples razão de ser. É quando a responsabilidade pesa e a consciência recorre a seus princípios intrínsecos e reais.