*Texto:Marcela Mastrangelo / Ilustração: Anna Mastrangelo Jorge
Olá, devanetes queridos, tudo bem por aí? Aqui tudo ótimo, com as devidas proporções. Estive devaneando, esses dias, e me refazendo, diante de muitas crenças e críticas, que sempre tive…
Quem me acompanha sabe o quanto sou crítica à questão de datas em alusão a algo, ou até mesmo em relação a esse lance de cores destinadas aos meses, para chamar atenção a alguma temática.
Contudo, após novos devaneios, reflexões e reinvenções pessoais e profissionais, venho a público dizer: – sim, essa prática tem razão de ser. Isso porque precisamos chamar a comunidade para debater, exaustivamente, sobre problemas que nossa sociedade enfrenta e, talvez, com quase certeza, essa seja, de fato, uma boa didática para utilizar, diante de uma população que não tem conhecimento sobre temáticas mais profundas, seja por desinformação ou por desinteresse mesmo.
Fato é que chegamos ao final deste mês, o chamado “Janeiro branco”, e, após o sucesso da última coluna, que falava sobre ele, quero conclamar novamente: – vamos cuidar da nossa saúde mental!
Digo, não somente, de uma maneira dita por “X” ou “Y” de pessoas, metodologias, formas. O certo é que não existe jeito certo. Existe, sim, movimento, existe estarmos sempre buscando melhores maneiras para ficarmos bem, em paz com tudo que nos venha ao encontro da nossa individualidade.
Esses dias, lendo a parábola do “Lobo mau e o lobo bom, qual você alimenta?”, ocorreu-me que, dentro de cada um de nós, carregamos um solo fértil, terra arada, com todos os nutrientes para plantarmos sentimentos/pensamentos, que nos alimentarão, posteriormente.
Entretanto, em igual medida, carregamos também um “deserto”. E, dentro dos meus devaneios, quando procuro no dicionário, vejo o significado:
“Substantivo masculino 1.GEOGRAFIA zona árida, com precipitações atmosféricas irregulares ou escassas, vegetação inexistente ou rara e relevo formado pela alteração de determinadas rochas. 2. ECOLOGIA bioma, com baixa diversidade, que se estabelece em região com pluviosidade muito baixa ou irregular”.
Com essa analogia e profundo significado, e considerando também, que, nas escrituras bíblicas, o deserto tem a conotação de momentos de provação que passamos na vida (o que ‘tá tudo bem’, porque esse é o movimento do viver), fico a devanear sobre a importância de trabalharmos como “formiguinhas” no verão. (Quem conhece essa historinha infantil?) Ou seja: a importância de nos atermos em laborar, incansavelmente, para preparar o nosso “terreno interno”. Desse modo, quando chegarem as adversidades e dificuldades, teremos os mantimentos necessários para atravessar pelo “deserto” de nossas provações… Momento que nos convida também à profunda reflexão.
Aprofundo-me um pouco mais: só teremos como passar por essa reflexão, se tivermos cuidado bem de nossa terra fértil, nos dias de bem-aventurança. Afinal, é ela que nos alimentará para os dias de deserto, dias em que tudo é escasso: a alegria, a motivação, a vontade de viver, a clareza das emoções e sentimentos; a “mancancia”, termo em italiano, da falta da esperança, a desregulação emocional, a tristeza…
Como bem dizia Saint-Exupéry, na obra do “Pequeno Príncipe”: “No deserto, alguma coisa resplandece no silêncio.”
Nesse contexto, a pergunta que faço, de forma clara, sem rodeios, é:
– Como você cuida da sua “terra fértil interna”, para viver os seus dias de deserto?
Pense sobre isso…E não deixe o branco de janeiro morrer. Afinal, branco é a junção de todas as cores do espectro de luz visível e, portanto, considerada a “cor da luz”, em cores pigmento, refletindo todos os raios luminosos.
Assim sendo, te convido a viver as outras cores dos meses seguintes, com essa base que reflete qualquer coloração (problemática), sem perder de vista o cuidado com a nossa saúde mental (tão bem simbolizada pelo branco).
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*Marcela Mastrangelo, mãe, filha, generosa, alegre e muito encantada com o mundo e suas curiosidades, amante da arte, música e qualquer expressão que traduza a subjetividade humana. Estudei Sociologia, Antropologia, Ciência Política, Educação, Direito, vários cursos livres e habilitei-me para atender clientes que querem adentrar no mundo do autoconhecimento. Atualmente, dedico-me à formação da vida Psicologia. Nada mais que um ser humano em suas buscas…
*Anna Mastrangelo Jorge tem 11 anos, é estudante do colégio Anglo, em Rio Branco-AC, filha carinhosa e sensível, artista nata e conectada comigo e meus devaneios…