Pais de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) realizaram uma manifestação pacífica na manhã desta segunda-feira, 9, em frente ao Terminal Urbano de Rio Branco, Centro da Capital. Os familiares pedem das autoridades a efetivação de políticas públicas que beneficie esse público.
As principais pautas das famílias que participaram do protesto estão relacionadas as áreas da Saúde, com a contratação de mais profissionais, terapias, remédios; e na Educação, com mediadores nas instituições de ensino, dentre outras questões, como destacou a Adjaina Santos, mãe de três filhos autistas e fundadora do Movimento S.O.S autistas do Acre.
“Em Rio Branco, temos apenas dois centros que atendem os autistas. Tínhamos o Dom Bosco, mas foi desativado para as terapias. As linhas de reivindicação estão voltadas para a Educação e Saúde. Queremos mais profissionais atuando nessas áreas. A lista de esperar para atendimento para terapia, na Capital, é de mais de 1,6 mil crianças. Se sair 5% do papel, das políticas públicas voltadas para esse público, é muita coisa. O percentual maior é do esforço feito pelos pais”, disse.
Do Terminal Urbano a manifestação seguiu para a frente da Prefeitura de Rio Branco. Em resposta a fundadora do Movimento S.O.S autistas do Acre, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), informou que já aguarda o resultado de análise de solo na região onde é localizado o Mundo Azul, no Conjunto Tangará, para dar início a reforma e ampliação do centro, tendo em vista que a demanda de atendimento está acima da capacidade prevista.
“O Mundo Azul está hoje com 148 crianças sendo atendidas, sendo que a capacidade é para somente 80. Vale ressaltar que, quando o prefeito Tião Bocalom assumiu a gestão em 2021, o Mundo Azul atendia somente 28 crianças e hoje atende 148, graças a contratação de mais profissionais, como fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e profissional de educação física”, diz a nota.
O texto acrescenta que a gestão municipal espera que, com a reforma e ampliação do espaço, essa oferta de atendimento deve ser aumentada em mais ou menos 40 crianças. A atual gestão também estuda a aquisição de um terreno para construção de um novo espaço atender a oferta de atendimento para pessoas com Transtorno Espectro do Autismo. “Lembrando que exames é como Estado. Fazemos apenas atendimento básico multiprofissional”, acrescentou.
Na quinta-feira, 5, o governador Gladson Cameli sancionou a Lei Nº 4.079 que institui a Política Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de estabelecer diretrizes para sua consecução.
O texto da Lei acreana ressalta diversas diretrizes que devem ser adotadas, tendo como destaque, o auxílio na formação de profissionais aptos a diagnosticar e tratar o TEA precocemente por meio de cursos, palestras e programas de incentivo profissional em diferentes níveis, promovendo a inclusão social deste público.