“Sofremos muito com a falta de médicos! Estamos recebendo essa notícia com muita alegria, acreditamos que vai dar certo”. A declaração é da secretária de Saúde de Rio Branco, Sheila Andrade, após saber que o Programa Mais Médicos retornará em 2023. O anúncio foi feito no início desta semana, pelo novo secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Nésio Fernandes.
“Estou muito feliz, e aqui eu tenho liberdade para falar não somente em meu nome, como secretária na Capital, mas em nome de todos os secretários do Estado, dos demais municípios acreanos. Sofremos muito com a falta de médicos, isso é constante. É muito mais difícil, ainda, a falta de profissionais no interior, principalmente pelo deslocamento e outras precariedades. Estamos recebendo essa notícia com muita alegria, acreditamos que vai dar certo”, salientou Andrade.
A gestora frisou que em 2022, Rio Branco perdeu 26 contratos de médicos no município. “Isso foi uma ‘pancada’ na Atenção Básica de Saúde. Mesmo fazendo concurso provisório não conseguimos colocar profissionais em todas as unidades. A população sofre com essa situação. Posteriormente, o prefeito Tião Bocalom entrou em contato com o secretário do MS explicando a nossa necessidade. Mesmo assim, eles liberaram oito médicos, porém, até então, só chegaram quatro, não mais que isso”.
Sheila fala que o momento é de expectativa. “Acreditamos que isso tudo irá somar junto com a proposta do prefeito Tião Bocalom de contratar mais médicos, neste primeiro momento de forma credenciada, e, após, com concurso público para médicos e outros profissionais, que será realizado em outubro de 2023. Estamos com muita fé, e temos certeza que vamos alavancar a Saúde, tanto na Capital, como nos demais municípios”, finalizou a secretária.
Mais Médicos
Criado em julho de 2013, o Programa Mais Médicos foi implantado com o objetivo de levar profissionais para atuar em periferias e cidades ou regiões em que faltam ou não existem a quantidade necessária de médicos, priorizando o atendimento básico no Sistema único de Saúde (SUS).
De acordo com o MS, em 2023, as vagas pelas quais brasileiros não se interessarem deverão ser oferecidas para profissionais estrangeiros. Ainda, segundo o Ministério, mais de 300 cidades não têm médicos há mais de um ano, e mais de 800 não conseguem fixar profissionais por mais de uma semana.
Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou uma Lei criando o Médicos pelo Brasil. O programa, que substituiu gradativamente o Mais Médicos, surgiu com a finalidade de estruturar a carreira médica federal para locais com dificuldade de fixar o profissional e com alta vulnerabilidade social.