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Idoso que pediu para ser atendido por ‘delegado branco’ é solto em audiência de custódia

O idoso de 69 anos, preso por racismo, na Cidade do Povo, em Rio Branco, foi solto na tarde desta quarta-feira, 4, após a audiência de custódia. A juíza Andrea Brito, da Vara de Plantão, determinou que Raimundo de Lima Rufino fosse liberado da Delegacia de Flagrantes (Defla), onde estava detido após cometer o ato racista contra o delegado Samuel Mendes.

A magistrada seguiu o entendimento do Ministério Público, que havia manifestado pela liberdade provisória de Raimundo. Apesar de ser liberado, o idoso terá que, mensalmente, comparecer ao Centro Integrado de Alternativas Penais do Tribunal de Justiça.

Um relatório psicossocial elaborado pelo Tribunal de Justiça do Acre aponta que o idoso é depressivo e faz tratamento psicológico no Hospital de Saúde Mental (Hosmac). O fato contribuiu para a decisão de soltura.

Entenda o caso

Delegado há 11 anos, o acreano Samuel Mendes nunca havia passado por uma situação semelhante no trabalho (Foto: Arquivo Pessoal)

Raimundo de Lima Rufino, 69 anos, foi preso em flagrante, na terça-feira, 3, após praticar uma atitude racista contra o delegado Samuel Mendes, que responde pela Delegacia de Polícia Civil da 2ª Regional, situada no Conjunto Habitacional Cidade do Povo.

Ao ser recebido por Samuel, o homem pediu para ser atendido por um “delegado branco”.

“Quando eu abri a porta do gabinete, ele olhou para dentro da sala e perguntou: ‘mas, cadê o delegado?’ E eu respondi que eu era o delegado e que iria lhe atender. E ele perguntou novamente, ‘mas, cadê o delegado branco?’ E eu disse, o delegado que faz o atendimento sou eu e ele reforçou: ‘não, eu quero ser atendido por uma delegado branco’. E nem sequer entrou na sala”, contou Samuel, que disse nunca ter passado por uma situação semelhante em exercício de sua profissão.

Diante da situação, Mendes levou o idoso ao delegado adjunto para que o colega também testemunhasse o crime. “Nesse momento ele mudou o discurso, disse que não queria discriminar ninguém, que era evangélico e que não tinha a intenção”.

O idoso havia ido a unidade registrar uma ocorrência contra uma vizinha. Após receber voz de prisão, ele foi encaminhado para Delegacia de Flagrantes (Defla), onde aguardou em cárcere pela audiência de custódia.

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