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‘Não sei se consigo atravessar a fronteira para chegar ao Brasil’, relata estudante acreano retido no Peru devido às manifestações

Jardeson da Silva Oliveira está em Cusco desde o dia 2 de janeiro. Foto: Cedida

A crise política e os protestos sociais no Peru têm feito com que milhares de turistas sofram com o retorno das viagens ao país. Entre eles, está o estudante acreano Jardeson da Silva Oliveira, de 27 anos, que viajou para a cidade de Cusco para rever amigos e teme não conseguir voltar ao Acre por conta dos bloqueios das vias terrestres do Peru, interditadas por manifestantes populares que pedem a renúncia da atual presidente do país, Dina Boluarte.

Jardeson viajou para a cidade de Cusco no dia 2 de janeiro, com a viagem de retorno marcada para a última sexta-feira, 13. Entretanto, o estudante teve o voo cancelado por conta de protestos que resultaram no fechamento temporário do aeroporto da cidade. Com a viagem remarcada para o próximo dia 25, Jardeson está preocupado com a possibilidade de não conseguir atravessar a fronteira que liga o país andino ao estado do Acre.

“O único meio que tenho para chegar na fronteira é por via terrestre porque o voo direto para o Brasil é muito caro. Os bloqueios ainda podem durar muito tempo, porque a presidente diz que não vai renunciar”, diz ele, revelando que está com medo, mas tentará voltar.

Há registro de mobilizações, paralizações e bloqueios de vias em 44 províncias peruanas. Foto: Denis Hualla (elcomercio.pe)

Além dos obstáculos que o impedem de voltar para casa, atualmente Jardeson enfrenta a paralisação das atividades comerciais de Cusco. Segundo ele, os protestos têm feito com que os mercados da cidade permaneçam fechados durante a semana, o que resulta no aumento do preço dos alimentos.

Segundo dados oficiais da Defensoria Pública peruana, há 96 pontos de bloqueios em todo o país. Até agora, os protestos contam com 698 pessoas feridas e 50 mortes.

 

 

Da Redação: