Obter um diagnóstico preciso, que identifique o quantitativo de pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA) em todo o estado é primordial para elaboração de políticas públicas voltadas para essa população.
Por isso, a governadora do Acre em exercício, Mailza, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 13, no Palácio Rio Branco, membros do Ministério Público Estadual (MPAC) para discussão do Projeto TEA Eles Não Estão Sós.
“É uma causa que precisa ser abraçada por todos nós. Essa ação trará dados importantes para que o Estado se fortaleça e estabeleça formas de atendimento que alcance a todos. Cresce o autismo e, consequentemente, a necessidade da criação de políticas públicas para assistir essas pessoas”, declarou a governadora.
Para o procurador-geral de Justiça do MPAC, Danilo Lovisaro, a iniciativa tem por objetivo sensibilizar e dar visibilidade à temática. “O projeto visa, também, convidar as instituições para se envolverem para, em conjunto, definir estratégias a fim de fortalecer os serviços voltados a essa área específica”, disse.
Projeto TEA Eles Não Estão Sós
De autoria da procuradora de justiça Gilcely Evangelista, o Projeto TEA Eles Não Estão Sós realizará um diagnóstico para identificar e conhecer o nível de implementação de políticas de saúde e de assistência social voltadas para pessoas com o transtorno do espectro autista em todo o território.
“O Acre possui uma estimativa dos casos. Nós não temos dados concretos. A ideia é levar o projeto a todos os municípios do nosso estado. Vamos promover campanhas educativas e oficinas institucionais. Com isso, realizaremos o levantamento de dados para obtermos o diagnóstico”, explicou.
Diálogo interinstitucional
Participaram da reunião, também, representantes das secretarias de Saúde (Sesacre), Educação (SEE), Assistência Social e Adjunta da Mulher (SEAMD), o presidente da Assembleia Legislativa (Aleac), Luiz Gonzaga, a Associação dos Municípios do Acre (Amac), e representantes da sociedade civil organizada, com as entidades Família Azul do Acre e Mundo Azul.
Representando a Sesacre, a diretora de Regulação e Rede de Atenção à Saúde, Ana Beatriz Souza, reforçou, junto à governadora e aos demais participantes, os trabalhos quem já vêm sendo executados em favor da comunidade com TEA.
“Os itinerantes especializados em TEA nos possibilitaram uma análise prévia do quantitativo de pacientes que estamos lidando. Por isso, este ano, uma das nossas metas é retornar em todos os municípios que percorremos em 2022, para garantir a essas crianças a devolutiva de seus diagnósticos”, afirmou.
“Fomos pegos de surpresa nos últimos anos. O crescimento mais de 500% de alunos com esse diagnóstico nos deixou em alerta. E participar da implementação de um projeto como esse é confirmar que o Acre está à frente de muitos estados com relação à assistência dos usuários da rede de ensino e de saúde”, completou o secretário de Educação, Aberson Sousa.
Para a presidente da Associação Família Azul do Acre, Heloneida Gama, o projeto sinaliza o olhar das instituições governamentais para a causa do autismo. “Estou muito emocionada e esperançosa de que famílias que precisam do apoio do Estado serão, verdadeiramente, assistidas. É um ganho para a associação e para sociedade”, externou.