Prestes a defender a sua tese de doutorado, o professor da Universidade Federal do Acre (Ufac) João Paulo Mastrangelo foi surpreendido, nesta terça-feira, 28, com uma publicação na ‘The Economist’ – revista inglesa considerada como a principal publicação de economia do mundo.
Em uma reportagem intitulada de ‘O maior obstáculo para salvar as florestas tropicais é a ilegalidade’, a revista cita o estudo de João Paulo e do professor da Universidade de Campinas Alexandre Gori Maia, no qual eles estimam os impactos da segurança dos direitos de propriedade sobre o desmatamento na Amazônia e identificam que propriedades que não possuem sobreposição de direitos fundiários desmatam menos e têm mais chances de cumprir o Código Florestal.
“Ressaltamos que a governança e a proteção dos direitos fundiários são componentes importantes para as políticas fundiárias e de combate ao desmatamento ilegal”, explica João Paulo sobre o estudo citado pela The Economist.
Para Mastrangelo, o momento é de extrema satisfação. “Estou sem acreditar, a The Economist é uma revista britânica considerada uma das mais relevantes em economia no mundo. Estou me sentindo muito feliz e orgulhoso por saber que nós, aqui na Amazônia, podemos fazer pesquisas e produzir estudos com qualidade internacional, isso nos anima muito”, frisou.
Segundo o professor acreano, o estudo foi apresentado no Congresso da Associação Americana de Economia Agrícola e Aplicada, um evento científico de referência na área, no qual, provavelmente, a revista acessou a pesquisa, que está em fase de submissão para uma revista científica.
“Fico feliz de poder repercutir nossos resultados e conclusões de modo que possam influenciar políticas e ações para melhorar o uso da terra na região, buscando sempre uma conciliação entre a produção agrícola, conservação florestal e o desenvolvimento econômico”, endossou Mastrangelo.
João Paulo Mastrangelo é engenheiro florestal de formação, com mestrado em Desenvolvimento Regional e está prestes a defender a tese de Doutorado em Desenvolvimento Econômico, pela Universidade Estadual de Campinas.
Atualmente, ele é professor na Universidade Federal do Acre, na área de economia agrícola e florestal, e desenvolve pesquisas com foco em uso da terra, desenvolvimento econômico e microeconomia aplicada. Foi Secretário de Estado do Acre de Floresta e, posteriormente, de Meio Ambiente, entre 2011 e 2017.