Para quem estava com saudades do ‘Fala, Mana”, a boa notícia é que nesta quarta-feira, 1, o programa feminista do Instituto Mulheres da Amazônia (IMA) retorna com as lives.
E o primeiro bate-papo de 2023, chama a atenção para a ausência de políticas públicas destinadas as mulheres trans e travestis no Brasil, em especial, na Amazônia.
A live será transmitida pelo canal do Instituto Mulheres da Amazônia (IMA) no youtube, a partir das 19h, no Acre, e 21h em Brasília. Com mediação da jornalista Maria Meirelles, a live vai contar com a participação das convidas:
- Rubby Rodrigues – Mulher trans, palestrante, educadora, Mãe de Santo e vice-presidenta da Associação das Travestis e Transexuais do Acre (Attrac), onde atua no combate à discriminação e a desigualdade, seja ela pela orientação sexual e/ou identidade de gênero da população LGBTQIA+;
- Maria Daniela – travesti, transfeminista, engenheira agrônoma, extensionista rural e articuladora política da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa) e Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans). Atualmente compõe o CEDPLGBT, CEDIM e CTMT/SecMulher de Pernambuco;
- Michele Franco – servidora pública federal, trabalhadora da Educação, mestra em Educação, Gestão e Políticas Educacionais, Integrante da Attrac e militante de Direitos Humanos.
A 18° edição do “Fala, Mana” faz parte de uma qualificação, ofertada a vários segmentos de mulheres do Acre, sobre a Agenda 21/2030 das Mulheres da Amazônia. A ação é uma realização do IMA, em parceria com o Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA).
“Mais um momento histórico na luta do movimento das mulheridades. Temos o retorno, hoje, do Fala, Mana, com uma pauta urgente e necessária chamando atenção aos respeito e cidadania das mulheres trans e travestis. Nós não podemos admitir que em pleno século 21, as mulheres trans e travestis não tenham seus direitos básicos e fundamentais assegurados”, destaca a presidenta do IMA, Concita Maia Manchineri.
Fala, Mana!
O Fala, Mana é um espaço consolidado de voz, escuta, denúncia, qualificação das mulheres da Amazônia fortalecendo seus protagonismos na defesa de seus territórios. É um espaço de voz das mulheres amazônidas, lideranças indígenas, negras, afroindigenas, quilombolas, LGBTQIA+ mulheres com deficiência, periféricas, ribeirinhas, extrativistas, parteiras, quebradeiras de coco, agricultoras, camponesas, evidenciando para o mundo suas realidades específicas, suas culturas, seus desafios, sonhos e esperança.
Agenda 21/2030
A Agenda 21/2030 das Mulheres da Amazônia possui oitos eixos temáticos que traz à luz dos ODS, as questões mais urgentes a serem enfrentadas, discutidas, traçadas estratégias prioritárias sob a perspectivas das amazônidas.
O documento apresenta temas que afetam o cotidiano e o bem viver das mulheres da Amazônia. É também um instrumento de empoderamento.
“Temos urgência na implementação da nossa Agenda que passa necessariamente pela diminuição da violência e dos casos de Feminicidio no Acre e demais estados da Amazônia Legal Brasileira”, observa Concita Maia.
Os oito eixos que compõem a Agenda 21/2030 das Mulheres da Amazônia são:
- 1 – Desenvolvimento Agroecológico, Humano e Sustentável: Agricultura Familiar Tradicional, Extrativismo e Meio Ambiente;
- 2 – Política de Enfrentamento à Crise dos Sistemas Alimentares;
- 3 – Direito à Terra com Igualdade Para as Mulheres do Campo e da Floresta;
- 4 – Saúde e Cuidados: Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos;
- 5 – Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e ao Feminicídio;
- 6 – Educação, Cultura, Mídias Igualitárias e Democráticas, Inclusivas para a Igualdade e Diversidade;
- 7 – Organização e Poder;
- 8 – Autonomia Econômica e Igualdade no Mundo do Trabalho, com Inclusão Social.