Nesta segunda-feira, 27, completam vinte dias que o motoboy Alessandro Monteiro, de 26 anos, sofreu ataques racistas, no estacionamento de uma farmácia do bairro Floresta, em Rio Branco.
Segundo Alessandro, até o momento, nada foi feito. Ninguém da família foi intimado a depor.
“Nada será feito pelo visto. Vai ser um crime que vai ficar impune, mesmo com toda essa repercussão nacional que teve. Se eu fosse filho de rico, as coisas teriam sido diferentes, sem dúvidas”.
O caso de racismo, que tomou repercussão nacional, após o motoboy gravar e divulgar os ataques.
No mesmo dia, a mulher que aparece em um vídeo, fazendo xingamentos racistas, identificada como Mafiza Souza Cardoso, 43 anos, deu entrada no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac).
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e do Hosmac, mas foi informada de que não há autorização para falar sobre a paciente. A reportagem tentou contato com familiares da mulher, mas não obteve retorno.
Advogada solicita imagens
A única novidade sobre o caso, segundo Alessandro, que trabalha como entregador na farmácia onde sofreu os ataques, é de que a advogada de Mafiza solicitou imagens da câmera de segurança do local. Porém, sem ordem judicial, a administração da farmácia não liberou as imagens.
“Agora estou trabalhando, mas assim que eu tiver um tempo, irei à delegacia verificar se tem novidades”, disse o motoboy.
Relembre o caso
O jovem Alessandro Monteiro estava trabalhando, quando uma mulher, que saiu da farmácia, começou a xingá-lo, sem motivos. O motoboy filmou parte das agressões.
Nas imagens, é possível ver que a mulher não fica intimidada com a gravação. São trinta segundos de acusações e xingamentos contra o motoboy.
“Vai pro inferno bando de macaco, filho da puta, filma corno, mostra que tu é um preguiçoso, baitola. Quadrilha de nego maldita, filma ,filho de puta”, grita, descontroladamente, a mulher.