Homenageando defensores e defensoras da Amazônia, a Escola de Samba Unidos do Porto da Pedra desfila na madrugada deste domingo, 19, na Série Ouro do Carnaval 2023.
Entre os homenageados do Porto da Pedra estão o líder seringueiro Chico Mendes, irmã Dorothy Stang, jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, com o enredo: “A Invenção da Amazônia: Um delírio do imaginário de Júlio Verne”.
A escola, que tem o vermelho e branco como cores oficiais, que fica no município fluminense de São Gonçalo, vai falar sobre os espíritos das matas e das águas, os animais como protetores, da cultura com suas regionalidades e riquezas, da história da região e costumes.
A agremiação convidou a filha de Chico Mendes, Angela Mendes, e a esposa de Dom Phillips, Alessandra Sampaio, para desfilarem na Sapucaí, ambas estarão no último carro alegórico como parte das homenagens às pessoas que deram suas vidas pela preservação das florestas e dos povos.
Parte do enredo do Porto da Pedra é cantada na língua Kanamari, grupo indígena que habita o oeste do Amazonas. E foi bastante conhecido com a divulgação do vídeo do indigenista Bruno Pereira cantando a canção que conta a história de uma mãe arara chamando seus filhotes para lhe dar comida no bico.
[…]Os xamãs, caboclos e pajés
“Dom” de proteger seringueiras
matitas “Pereiras”, “Chicos” e “irmãs” desse lugar
A missão mais deslumbrante por esse rio-mar
Warrãna-rarae, Warrãna-rarae,
Mari-nawa-kenadêe
Ecoam tambores na floresta[…]
“Nós ficamos muito felizes quando soube que a escola de samba iria fazer essa homenagem aos ativistas socioambientais, representados por Chico, Dorothy, Dom e Bruno. Nós sabemos que o Brasil fica entre o quarto e quinto país que mais mata ativistas no mundo e isso nos últimos 4 anos foi muito aprofundado. A importância de uma escola de samba, que é parte de uma manifestação cultural e que tem uma capacidade enorme de mobilizar, de transformar, de mexer com o coração e a mente das pessoas. É trazer esse tema para falar com a população brasileira e de outros países, é importante também falar do Acordo de Escazú e isso é uma provocação ao governo para pensarem na proteção de todos os ativistas que estão sofrendo algum tipo de ameaça hoje”, disse Angela Mendes.