Minha solidariedade às vítimas de mais esta tragédia causada pelo descaso das autoridades com os efeitos das mudanças climáticas. Quando faltam palavras diante da dor, do prejuízo e da saúde, a solidariedade torna-se o que mais temos a oferecer.
Deve ser integral a solidariedade às famílias alcançadas pelas enchentes no Estado do Acre. O presidente Lula já designou apoio do Governo Federal através da visita da ministra acreana Marina Silva, e mais faremos nós a população, o que for possível, no limite das nossas competências legais.
A solidariedade sempre foi algo muito marcante no nosso povo e não será diferente neste momento, sendo arrecadado um volume expressivo de alimentos e outras doações.
A generosidade e o protagonismo de todos minimizarão os momentos difíceis vividos pelos nossos irmãos acreanos.
E amigos, precisamos conhecer sobre os impactos que as enchentes causam na vida das crianças e suas famílias. As populações que vivem em áreas de alto risco climático (sujeitas a enchentes, deslizamentos de terra, incêndios florestais, etc.) são, via de regra, mais pobres. Essas comunidades não escolhem morar em áreas de risco. Elas se instalam nesses locais porque reiteradamente é negado a elas o acesso a direitos básicos, como o direito à moradia adequada, e a outras estruturas e serviços básicos, como água, saneamento, luz, etc.
Diante desse cenário, é muito importante que as políticas de enfrentamento às mudanças climáticas adotem abordagens baseadas em direitos humanos que sejam interseccionais e sensíveis às questões de gênero, classe, raça e idade.
O impacto de viver situações como estas pode causar um estresse pós-traumático, com impacto no futuro das famílias e das crianças.
Me veio um sentimento de impotência, de fragilidade, de medo, de insegurança, quando vi o cenário de destruição que cobriu os vários bairros de nossa capital, e demais municípios, ainda mais distantes.
Lembranças me vieram a mente, das dificuldades enfrentadas por nossa gente há décadas; o pouco que construíram encontrava-se coberto pelas águas, destruído ou soterrado pela lama.
O mundo está carente de empatia, mas somos uma história inteira. Somos capítulos entrelaçados, encerrados e iniciados. Somos um movimento constante de releituras internas que se traduzem em novos e flexíveis conceitos. Somos partes de um todo que se desconstrói para se reconstruir. Somos a dúvida que nos impede a paralisia da evolução. Somos as nossas escolhas. Somos artesãos da continuidade.