O instinto é uma determinação da natureza, que só descansa quando realiza o seu fim, os desavisados pensam que ele caminha para a morte e esquecem que o instinto é uma força, essencialmente, e uma inteligência fundamental.
Precisamos entender que para além da morte o instinto segue o seu destino para alcançar a glória. A memória não fica na lembrança se mais vivamente olhamos nos olhos, o instinto não precisa se impor a ninguém uma vez que se apresenta em sua figura pouco afeita à espetacularização; o instinto dá a sensação de algo pleno.
Compreendemos a ideia na medida em que sentimos a sua presença, o corpo é um reino cheio de nervos ramificados para levar as determinações até a expressão que se marca no rosto e brilha nos olhos. Está presente e impulsiona quem responde ao desafio para ascender das profundezas, na medida em que se enche de luz e percebe-se belo no quanto se insinua triunfante e vitorioso.
Seu conceito sobe aos céus para divinizar o homem; divino e consciencioso, o homem é capaz de dotar a vida de sentido, sua divinização enfrentou a realidade lutando como os animais lutam para sobreviver.
A luta venceu o sofrimento para tornar o homem livre, capaz de compreender a significação da tomada de consciência. Nietzsche dizia que sem Hegel não haveria Darwin, mais anterior ainda é a fundamentação de Rousseau: “o instinto é bom enquanto age só, mas é suspeito quando se mistura às instituições do homem”.
Sozinhos não vamos longe, na medida em que compreendemos a mistura na base da comunicação que se estabelece para instituir o entendimento como prática filosófica, capaz de resolver as contradições para desenvolver o conceito de cultura, podemos dizer que a síntese dialética, tão divinamente compreensível, é percebida em seu aspecto humano, demasiado humano.