O esquecimento é necessário para você renascer, a lição de Platão tem fundamento na mitologia, atravessamos o rio Leto para que a alma se livre de todo o peso e volte a incorporar-se.
Analisando friamente podemos perceber a lógica de Aristóteles em sua essência, a mudança move para repetir-se, esquecemos para voltar a ser, apesar da mudança permanecemos os mesmos.
Quem percebeu o princípio da evolução sentiu o cérebro remexer-se, não é só o crânio que vai ganhando forma, o conteúdo penetra a linguagem para abrir a cabeça. Tobias Barreto se refere à evolução mental, trata-se de uma ampliação do entendimento medido pela sua capacidade de resolver contradições, é preciso ir além das limitações darwínicas e desenvolver o conceito em sentido histórico.
Darwin aconselha observar a natureza, a espécie vai deixando os ancestrais para trás, como os elefantes que não resistem vão ficando pelo caminho, os macacos ficaram com medo de atravessar o abismo, a ponte balança muito e provavelmente cederia.
Tobias Barreto sugeriu estudar a cultura para compreender o procedimento em seu caráter científico, para que possamos esquecer e seguir adiante é preciso ter memória, aquele que esquece deixa a coisa pendente e tem o perigo do atavismo, quem lembra fica com a coisa atravessada e só se livra do tormento depois de resolver o problema.
O certo é ter coragem e enfrentar a revolução que acontece no peito toda vez que misturamos as linhas que trançam o fator português, vivo como a saudade, e o fator alemão, duro como uma rocha.
O fator africano deu liberdade ao voo brasileiro, na medida em que alcançamos as alturas para sentir o frio mais cortante mais concentramos os olhos na África, só estaremos livres para compreender a liberdade absolutamente quando suplantarmos as distâncias para transformar o sentimento em afeto.