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A força está com elas: a luta de mulheres acreanas que são exemplos de garra e superação

Os versos da canção ‘Maria, Maria’ de Milton Nascimento e Fernando Brant, que evidenciam a dor e a alegria, traduzem a garra, determinação e fé de muitas mulheres acreanas, de uma parcela que luta sendo ‘mãe solo’, das que criaram filhos e netos, das que continuam sendo provedoras da família, das que buscam, ainda, o reconhecimento da sociedade (de uma grande parcela machista), sobre o seu devido valor, das que merecem mais, muito mais, por tudo que já enfrentaram, e ainda enfrentam.

Esse pode ser o roteiro da vida de Ilcineide Souza da Silveira, de 53 anos, vendedora de sucos e salgados. Ela trabalha em frente à Organização em Centros de Atendimento do Acre (OCA), área central de Rio Branco. Com muita disposição, ela conduz suas vendas com maestria. Aliás, com seu carisma e sorriso no rosto, não lhe faltam clientes.

“Sempre trabalhei na informalidade. Já vendi roupa, chocolate, trabalhei como empregada doméstica. A vida foi sempre de luta, muita batalha!”, disse dona Silveira entre a venda de um suco, saltenha, pastel ou quibe, negociados no dinheiro, Pix ou cartão de crédito. Tudo é vendido em poucas horas.

A autônoma, que utiliza uma bicicleta como seu estabelecimento comercial, sai para trabalhar às 4h30 da madrugada, de onde mora, uma invasão no bairro Jequitibá, região do Calafate, e falou um pouco sobre a família.

“Tenho seis filhos e quatro netos. Graça a Deus, consegui sustentar todos eles, trabalhando de domingo a domingo”. Sobre seus relacionamentos amorosos, ela não quis comentar muita coisa, relatando que nunca teve apoio dos companheiros; mais decepção que felicidade.

“Meu primeiro marido já morreu, pai de três filhos. Os outros filhos são de um outro relacionamento. Nunca tive a parceria e apoio de nenhum deles. Quem criou de verdade meus filhos foi somente eu. Nunca tive sorte com homem, sempre mirei, mas tive uma visão errada. Agora, tem um que está comigo, porém tem vícios que atrapalham o nosso convívio, como o álcool e as drogas. No entanto, acredito nas promessas do Senhor, e sei que as coisas irão melhorar! Oro todos os dias para que isso aconteça”.

Em relação ao dia em que se homenageia a mulher, celebrado nesta quarta-feira, 8, a autônoma manda uma mensagem a todas as mulheres. “Continuem a batalha! Jesus Cristo é fiel e olha por nós! Mesmo que a caminhada seja dura, temos que buscar mais sorrisos do que lágrimas”.

A história de Ilcineide se confunde com a de tantas outras. São Marias, Antônias, Sebastianas, Francisca e demais mulheres batalhadoras, com diferentes nomes e sobrenomes, que merecem todo carinho e atenção.

Mesmo escrita com linguagem formal, direta e impessoal, abro uma exceção em meu texto jornalístico para desejar um Feliz Dia Internacional das Mulheres também para minhas colegas de profissão. A força está com vocês!

 

 

 

 

 

 

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Dell Pinheiro: