“Nossa expectativa é que 2023 seja bem melhor que 2022 no turismo”. Foi com estas palavras que o coordenador de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC), João Bosco Nunes, definiu as perspectivas da entidade para o ano em relação ao setor ao comentar os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no último mês. De acordo com o estudo, a chegada da alta temporada para o segmento turístico representou não apenas a expansão sazonal das receitas, mas a superação em 2% do nível de atividade registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19.
Quando comparado fevereiro de 2022 com o mesmo período de 2021, o volume de receitas do setor de serviços cresceu 8,3%, segundo dados da pesquisa. Os dados vêm após queda de 7,8% em 2020, o principal indicador do nível de atividade do setor terciário surpreendeu ao longo de 2022 e avançou pelo segundo ano consecutivo.
Além disso, em 2022, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o volume de receitas de atividades turísticas avançou 29,9% em relação a 2021. O coordenador de Turismo da Fecomércio-AC relembrou que a cadeia produtiva do turismo foi a primeira a “quebrar” durante a pandemia, e os números positivos vislumbrados no atual momento já são um retrato real e muito positivo do que já foi a recuperação do turismo em 2021.
“Cada vez mais, os hotéis no Acre se fortalecem – e temos de especificar que 85% do faturamento turístico hoteleiro é de eventos e negócios aqui no Estado -, e bares e restaurantes estão voltando à normalidade, além do setor de eventos, transportadoras – tanto aéreas quanto rodoviárias. Nossas expectativas para este ano são as melhores”, disse Nunes.
O coordenador reforçou ainda que apenas o Carnaval gerou R$ 8 bilhões ao Brasil. “Nosso turismo já está faturando mais do que antes da pandemia”, finalizou João Bosco.
Recuperação
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o crescimento inédito de serviços, que compreende o segmento do turismo, consolida um cenário de recuperação depois da pandemia. “E aponta o potencial do setor para gerar o crescimento de que o País tanto precisa”, afirmou Tadros, que acredita num prognóstico de manutenção do avanço do faturamento ao longo do ano.
Em dezembro, a alta de 4,1% nos volumes de receitas do turismo foi a maior já registrada para o mês desde o início da apuração da PMS, há 11 anos. Conforme o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, o processo de recuperação tem provocado impactos significativos também no mercado de trabalho formal. Entre março e agosto de 2020, o turismo teve que eliminar 470 mil vagas formais, em virtude da queda abrupta da atividade, e, nos meses subsequentes, foram criadas cerca de 465 mil vagas de emprego celetista. “A expectativa é que esse movimento anule a retração da força de trabalho ainda dentro desta alta temporada”, aponta Bentes. Para 2023, a CNC projeta um saldo entre admissões e desligamentos de 84 mil postos de trabalho no setor.
Segundo dados recentes apurados pela Confederação, o segmento acumulou perdas de faturamento de R$ 531,8 bilhões desde o início da crise sanitária. Com o avanço gradativo das receitas, a expectativa é que, a partir de agora, inicie um processo de recuperação dos prejuízos. Os Estados de São Paulo (R$ 248,6 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 75 bilhões), principais epicentros da crise sanitária no Brasil, concentram mais da metade (61%) das perdas acumuladas no cenário nacional.