O Acre é um dos estados mais violentos para as mulheres viverem. De acordo com o levantamento do Observatório de Análises Criminais do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) e Observatório de Gênero (Obsgênero) do Ministério Público Estadual (MP-AC), entre 2018 e 2022, 60 mulheres foram vítimas de feminicídio no Acre, ou seja, foram assassinadas por serem mulheres.
Do total de vítimas, 85% eram pardas ou pretas, 10% brancas e 5 indígenas. A idade das vítimas também chama atenção, 65% tinham entre 14 a 34 anos, enquanto 32% tinham entre 32 e 59 anos. Além disso, a maior parte dos crimes ocorreu em residências (72%) e 70% das vítimas eram mães, deixando 99 órfãos.
“Só se combate o feminicídio, combatendo as violências, as ideias patriarcais, racistas e machistas. E as formas de como o valores foram pervertidos e invertidos na sociedade brasileira e, principalmente, na acreana. Vidas negras importam. Vida de mulher importa”, destacou a coordenadora da Associação de Mulheres Negras do Acre (AMN/AC), Almerinda Cunha.
Em 2023, o Acre, que liderou o ranking nacional de feminincído nos últimos dois anos, caiu para a quarta posição, com o registro de 10 feminicídios em 2022, para 13 em 2021. O estudo aponta uma redução de 23% nos casos de feminicídios, no ano passado, no estado.