Alunos e professores da Universidade Federal do Acre (Ufac), se manifestaram pela imediata revogação do Novo Ensino Médio, que pode ser realizada pelo Governo Lula, através de uma nota pública divulgada na última quarta-feira, 15.
O Novo Ensino Médio foi aprovado em 2017 durante o governo de Michel Temer. A implementação está mobilizando estudantes e educadores de todo o país, que pedem a revogação do sistema de ensino que muda as diretrizes curriculares na educação pública.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), a implementação dessas novas diretrizes garante aos estudantes uma organização curricular mais flexível, além da oferta de itinerários formativos. Entretanto, só há obrigatoriedade de apenas duas disciplinas – português e matemática- reduzindo o tempo e consequentemente a capacidade de aprendizagem dos alunos nas demais.
No Acre, a revogação está sendo solicitada por alunos e professores do curso de Ciências Sociais, na finalidade de construir um movimento orgânico informativo a respeito do tema e esclarecer as supostas contradições do Novo Ensino Médio para educadores e estudantes de cursos de licenciatura.
Segundo a nota publicada pelo Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Universidade, a reforma do Ensino Médio precariza a escola básica do ensino público, “acarreta menos carga horária para as disciplinas, a precarização do ensino, e o desemprego de professores formados em licenciatura”, consta o documento.
O professor de Sociologia Luciney Araújo Leitão, que leciona no Colégio de Aplicação da UFAC, falou ao site A GAZETA sobre os fatores proporcionados pela reforma que afetam a cadeia educacional.
“Há um esvaziamento curricular de disciplinas fundamentais para o processo de ensino e aprendizagem. Isso dificulta o aluno na construção de seus estudos para as provas e vestibulares, que dão acesso ao ensino superior. Além disso, isso vai resultar em algo preocupante que é o enfraquecimento das licenciaturas, reduzindo os campos de trabalho docente para educadores”.
O professor explicou ainda que o Novo Ensino Médio não afeta diretamente as escolas privadas. Os colégios particulares continuam com seus currículos de disciplinas voltadas para os vestibulares e ENEM, o que pode resultar em um distanciamento excludente entre as classes e reduzir a quantidade de alunos do ensino médio público que ingressarão ao ensino superior.