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‘Fui ameaçado de morte’, diz Hitalo Marinho, que afirmou ter matado a esposa para ‘salvar’ o filho

Em depoimento, na tarde desta quarta-feira, 15, na 2⁰ Câmara Criminal de Rio Branco, Hitalo Marinho Gouveia, acusado pela morte da esposa, Adriana Paulichen, em julho de 2021, disse que foi ameaçado de morte pela mulher, e confessou que cometeu o crime para “salvar” o filho.

“Entrei em desespero. Ela ameaçou ‘tirar a vida’ do nosso filho!”, disse Gouveia. Ele também comentou sobre o relacionamento conturbado que tinha com a companheira.

“Quando descobri como era o temperamento dela, isso no início do relacionamento, em 2016, deixei claro que não queira voltar, mas ela sempre pedia pra voltar e garantiu que jamais iria me agredir, nem a minha filha”.

Após idas e vindas, o acusado relatou que, apenas em quatro meses, após o término, começou a se relacionar com uma outra mulher, mas, que ainda manteve contato com Adriana. Em 2018, ele disse que terminou o relacionamento e se reaproximou de Adriana.

“Ela buscou ajuda para retornar ao Acre e começou a demonstrar interesse em voltar a se relacionar, mas, colocou suas condições.
Eu disse que, pra casar comigo, ela teria que aceitar minha mãe e minhas filhas. Depois daí, começamos a conversar e, em agosto de 2018, ela acabou voltando e fomos pra minha casa e oficializamos a união novamente”.

Sobre a gravidez de Paulichen, ele disse que nada foi planejado. Hitalo falou que a companheira mudou de comportamento, chegando a lhe agredir.

“Ela quebrou o meu nariz, enquanto eu estava dormindo. A minha mãe chegou a me dizer pra dormir de capacete, e os meus irmãos ficavam zoando da minha cara”.

O réu relatou que, antes do nascimento do filho, a situação saiu do controle e revelou que “apanhava” todos os dias e, nesse momento, chegou a pedir o divórcio. “Às vezes com a mão, vassouradas, pratos, copos! Uma vez ela cortou minha perna. Pensei em separar, mais ela não aceitou e pediu para não deixar ela. Antes da gravidez, cheguei a sugerir um tratamento por causa da alteração dos hormônios, mas, após as agressões, ela virava um amor de pessoa”.

Gouveia frisou que depois que o filho nasceu, as agressões foram nele e na criança. “Teve uma briga, onde a minha impressão foi de que ela ia chutar a criança, ela pegou o arco do bebê conforto e rasgou minhas costas. Teve uma situação, onde ela jogou um estojo de maquiagem na testa do neném, só a Andreia sabe, por estar lá. Uma vez, ela [Andreia] levou um pastor, que disse que tinha uma macumba pra nos separar. E, no dia dos namorados, após uma surpresa, ela se jogou próximo a um sinal de trânsito, com o bebê, dizendo que ia se matar, porque disse que eu tinha apagado uns contatos. Eu peguei e avisei a irmã dela”.

Indagado pelo juiz Alesson Braz, Hitalo resolveu falar sobre as vésperas do crime. De acordo com relatos do assassino confesso, após ele confessar a traição com a amiga de Adriana, a vítima deu uma facada na perna dele. “Ao me defender, a faca pegou na minha mão”, lembrou o réu.

Marinho disse que depois do ocorrido, Adriana voltou a ameaçar tirar a sua vida e a da amiga envolvida na traição. Momentos antes do crime, ele disse que teve alguns diálogos com a esposa, mas, sem sucesso. Foi então que ele matou Adriana, após, segundo ele, a mulher ameaçar tirar a vida do filho do casal.

“A Juliana saiu, eu fechei a porta, quando fui ao banheiro, ela disse: como não consigo te matar, vou matar nosso filho. Entrei em desespero. Ao sair, vi que ela tava em cima do neném com almofada, aí peguei a faca e dei as facadas nela, foi nas costas. Ela se virou e começou a me bater, eu segurei ela com um mata-leão, quando ela enfraqueceu, deitei ela no chão. Eu não estava estrangulando, mas sim, empurrando. Ela ficou inconsciente, olhei o neném, e quando voltei, vi que ela tava morta, depois, entrei em desespero”, disse o acusado de feminicídio.

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