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Vereadora que denunciou agressão de colega diz que sofre boicote: ‘não consigo mais verear’

Em pleno Dia Internacional da Mulher, a vereadora do Bujari Eliane Abreu (PP) está tendo que lidar com outra possível situação de violência. Por meio de suas redes sociais, a parlamentar disse estar sendo vítima de um “boicote” por parte de outros vereadores.

Na sessão da Câmara de Vereadores do Bujari, interior do Acre, da última terça-feira, 7, Eliane teve todas as matérias rejeitadas. Segundo ela, a rejeição é uma represália devido a denúncia de violência política de gênero, que registrou contra do vereador José Gilvan (PCdoB-AC), em janeiro deste ano.

“Eles [vereadores] receberam um comando do agressor, que é o Gilvan, através do prefeito, que ele é um dos líderes do prefeito na Câmara, e a determinação é que nem uma matéria minha seja aprovada. E eu levo as coisas tão a sério e em benefício da população que, nesta mesma sessão, todos os requerimentos, inclusive do vereador Gilvan, eu aprovei. Não levo para o lado pessoal”, contou a parlamentar.

Segundo Eliane, logo após o início da sessão, Gilvan teria convocado os demais vereadores para uma conversa. “Eu tinha certeza que meus requerimentos seriam aprovados, porque são de interesse público. Mas, quando começou a votação, ele chamou os demais vereadores, e quando foram meus requerimentos, para todos era não. E o não dele [Gilva] era com ódio”, afirmou.

Entre as propostas rejeitadas estão os pedidos de transparência da Prefeitura do Bujari sobre as ações do ano legislativo, planejamento e investimentos, bem como o cronograma de ruas que serão pavimentadas pelo Poder Público. Ao todo, a vereadora Eliane Abreu teve cinco requerimentos rejeitados com votos, inclusive, de parlamentares mulheres.

Sessão solene

Nesta quarta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, a Câmara Municipal do Bujari promove a sessão solene em alusão a data. Para Eliane, o momento é de tensão.

“Tem uma solene para as mulheres e quem estará lá? O agressor. Não sou eu que estou dizendo, é um inquérito, com testemunho de doze pessoas. Numa sessão solene, um cara que estava bêbado dentro da Câmara e ele vai estar lá, porque ele faz parte da mesa diretora, vai estar ‘homenageando’ as mulheres. Isso não faz o menor sentido”, frisou Eliane.

Categories: POLÍTICA
Maria Meirelles: