BOM DIA, DEVANETES DO MEU CORAÇÃO! Vejam essa caixa alta e, quando lerem, imaginem eu gritando, alegremente, essa saudação, desse dia ensolarado em nossa cidade.
Será que viveremos dias de tréguas nas Terras de Galvez (risos)?
E aí, refletindo sobre o estrago que essas chuvas fizeram, fico pensando, ou melhor, devaneando sobre o que querem dizer essas águas todas? Que, a exemplo do dilúvio, sobre o qual lemos na Bíblia, no capítulo da Gênesis, Deus muito chateado com a maldade dos homens e “que os pensamentos de seu coração estavam continuamente voltados para o mal. 6. O Senhor arrependeu-se de ter criado o homem na terra, e teve o coração ferido de íntima dor”.
Coincidência?? Não há acaso aos olhos de Deus, nunca haverá. Vivemos tempos sombrios (será que estamos falando dos fins dos tempos?). O Apocalipse??
Olha, a verdade é uma só: precisamos refletir, precisamos problematizar, precisamos agir, precisamos de autoconhecimento. Por que?? Ora, ora, algo está equivocado. Mas, antes de polemizar questões para além do individual, questões do coletivo mesmo (que são muito importantes), paro, penso e reflito….o que estamos carregando em nossos corações?
Ouvimos, diariamente, pessoas com vazios existenciais, que não veem sentido na vida, ansiosas, deprimidas, e muito maldosas, no sentido literal mesmo. E, a maldade não por si só, muitas vezes, é um condicionamento dessa frustração que vivemos e que pode ser atribuída a “n” razões.
Uma delas, sobre a qual pesquisadores estão se debruçando sobre, é a relação sem critérios que temos tido a partir do uso desmedido das redes sociais. O nível de insatisfação que sentimos, após, freneticamente, “passarmos o dedinho” na tela do smartphone, vendo passar a vida das pessoas. Será que estamos falando da “antiga” janela do fofoqueiro(a) da rua (risos), aquele que dava conta da vida de todo mundo e não olhava pro “caos” da sua própria vida??
Sim, estou fazendo uma comparação para pensarmos se não estamos nos tornando o fofoqueiro sobre o qual tanto falávamos antigamente…Aquele que sempre soubemos que era o “infeliz”, o descontente ou o que não procurava fazer da sua história algo para viver melhor.
Esses dias, em conversas por aí, ouço alguém falar: – ei, tu viu fulana? Casou, separou, casou de novo, foi embora, voltou, teve filho, tá feliz, viajou….
Eu, desconcertada, perguntei: – Como você sabe tudo isso?
– Instagram…
– SOCORRO!.
Não dá, não dá. Pausa.
A fofoca é algo antigo, faz parte da natureza humana. Possui algo de simbólico; há estudos que até mencionam o caráter de inteligência envolvido, porém, tudo tem limite. Aparentemente, diz algo sobre “o outro”, o personagem da fofoca. Profundamente, entretanto, diz muito mais sobre quem a faz.
Quero declarar aqui: estamos num momento litúrgico, astral, energético tão profícuo, para fazermos oblações poderosas de sentido e de motivação, para ficarmos melhor…
FOFOCA É UMA ESPÉCIE DE VIOLÊNCIA COM OUTRO. Declaro.
E trago à reflexão: se estivermos mais conectados com a nossa história, com nossos processos e com nossa VIDA, podemos fazer mais e melhor e, desse modo, encontrarmos um sentido pra viver que não seja a vida do outro e, sim, a nossa, com a nossa vivência e perspectiva. E, assim, podemos fazer mais pelo coletivo do que jamais imaginamos.
Nesse momento, utilizo a metáfora de Noé: quero fazer a minha arca (subjetividade), um barco que eu possa sustentar; os convites dos seres que eu quero dentro, e que vão fazer parte da minha existência; e, nessa força, com fé, posso ser uma pessoa mais justa, menos violenta diante do outro.
Sejamos como Noé, vamos tentar salvar as espécies, sem julgamento, disse que me disse e, principalmente, com interesse genuíno na humanidade. Para ouvirmos do Senhor, numa conexão profunda com o nosso sagrado:
– “Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque te reconheci justo diante dos meus olhos, entre os de tua geração. 2. De todos os animais puros tomarás sete casais, machos e fêmeas, e de todos os animais impuros tomarás um casal, macho e fêmea; 3. Das aves do céu igualmente sete casais, machos e fêmeas, para que se conserve viva a raça sobre a face de toda terra.”
Oxalá.
*Marcela Mastrangelo, mãe, filha, generosa, alegre e muito encantada com o mundo e suas curiosidades, amante da arte, música e qualquer expressão que traduza a subjetividade humana. Estudei Sociologia, Antropologia, Ciência Política, Educação, Direito, vários cursos livres e habilitei-me para atender clientes que querem adentrar no mundo do autoconhecimento. Atualmente, dedico-me à formação da vida Psicologia. Nada mais que um ser humano em suas buscas…