Com o objetivo de formalizar parceria para a compra de borracha nativa produzida no Peru e na Bolívia, o presidente da Cooperacre, José de Araújo Rodrigues, esteve nesta terça-feira, 04, reunido com empresários, representantes de associações de produtores e membros do governo e vereadores dos dois países.
A primeira tratativa aconteceu em Iñapari, no Peru e contou a presença de representantes da empresa Madeiracre, da Associação de Produtores do Peru e de seringueiros nativos da região, além do coordenador da Cadeia da Borracha Nativa da empresa Veja, Sebastião dos Santos, e do técnico Florestal Wenderson Silva de Oliveira.
O presidente da Cooperacre, José de Araújo Rodrigues explica que a produção de borracha do Acre não é suficiente para atender a demanda.
“A produção de borracha do Acre já não é suficiente para atender nosso maior contratante atualmente, a empresa Veja, de Paris, que produz tênis confeccionados com a borracha do Acre, por isso, já estamos comprando a produção de borracha de vários estados da Amazônia e agora estamos em tratativas com a Bolívia e o Peru”, relatou.
Bolívia
Na Bolívia, as tratativas para o acordo comercial aconteceram na presença do governador do Departamento de Pando, Dr. Papito Richter, vereadores e membros do governo do Departamento de Pando, na cidade de Cobija. A finalidade é a compra da borracha nativa produzida naquele país, a ser beneficiada pela Cooperacre.
“As discussões avançaram bastante, estamos finalizando as negociações com esses dois países para fazermos a aquisição da borracha deles, assim vamos conseguir cumprir com nossos contratos e atender de maneira favorável o mercado internacional”, finalizou o presidente da Cooperacre.
Exportação
Atualmente, a Cooperacre exporta para oito países e possui 22 associações e cooperativas filiadas, que atuam no fortalecimento das cadeias produtivas da borracha, castanha-da-amazônia, café, palmito e polpa de frutas. Além do Acre, adquire matéria-prima dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia com negociação para ampliar essa relação comercial com os estados do Amapá e Roraima e com os países vizinhos Peru e Bolívia.
Em 2022, movimentou mais de 38 milhões de reais em bioeconomia, beneficiando diretamente cerca de quatro mil famílias extrativistas. Somente na cadeia da borracha, foram produzidas 720 toneladas, gerando 8,6 milhões de reais. Com a coleta da castanha, o retorno ao produtor foi ainda maior: 24,5 milhões de reais com a comercialização de 350 mil latas de castanha (cada lata custa em média 70 reais). Já na cadeia do café, a expectativa para 2023 é comprar cerca de seis mil sacas, gerando 650 mil reais.
Por Andréia Oliveira