O Mercado Municipal Elias Mansour, em Rio Branco, um dos locais mais procurados para a compra de peixe, o movimento foi grande, na manhã desta quinta-feira, 6, principalmente para quem vai se abster de comer carne vermelha e frango, nesta Sexta-feira Santa, 7 – tradição católica.
O comerciante Lorival Fernandes, conhecido popularmente como rei do peixe, proprietário de uma das peixarias no mercado, falou sobre a expectativa das vendas para este ano.
“Estamos conseguindo vender bem o pescador, que em sua grande maioria vem de Boca do Acre, no Amazonas! Tá aumentando a clientela e deve ser ainda maior, nesta sexta-feira. Em comparação ao ano passado, está melhor, mas queremos lucrar mais, vender todo o estoque”, comentou Fernandes.
Ele salientou que tem pescado para todos os gostos e bolsos. ” O tambaqui está sendo vendido a R$25 o quilo, isso já tratado, tirado as vísceras. Os filés dos peixes de couro, como o filhote e o dourado, também têm boa saída. O quilo está saindo por R$50, e é muito utilizado para fazer moqueca”, acrescentou o comerciante.
O aposentado Valdemar Pereira, que declarou que o melhor peixe é o de rio, disse que ainda está pesquisando os preços, e enfatizou que o quilo do pescado aumentou consideravelmente.
“Já dei uma ‘pernadas’, e acho que na Ceasa o valor está mais em conta. O preço aumentou demais da última semana para cá. Desse jeito, quem vive com um salário mínimo, ou nem isso, não vai poder comer peixe, tendo que se contentar com outro tipo de mistura”, concluiu.
Origem da tradição
Na Sexta-feira Santa, também conhecida como Sexta-feira da Paixão, Cristo foi condenado, carregou a cruz e foi crucificado. É dia de sacrifícios para os cristãos, em sinal de consternação pela morte de Jesus, e não se deve comer carne vermelha.
A abstenção de carne na data acontece em respeito ao derramamento do sangue de Jesus Cristo durante o seu sacrifício. Também na época, a carne era artigo de luxo, rara à mesa das pessoas mais pobres. O peixe – símbolo profundo na tradição cristã -, por outro lado, era abundante e barato, por isso comum nas refeições dos mais humildes.