A história do acreano Chico Mendes, líder seringueiro e ambientalista assassinado em 1988, vai virar filme. A informação foi confirmada pela filha de Chico, a ativista Angela Mendes.
O projeto tem roteiro e direção dos cineastas Sérgio Machado (“O Rio do Desejo”) e de Sérgio de Carvalho (“Noites Alienígenas”), respectivamente.
Chico Mendes será interpretado pelo ator cearense Jorge Paz, de 37 anos, que atuou como guerrilheiro no filme “Marighella”. A produção é do Estúdio Escarlate.
À GAZETA, Angela Mendes contou que a proposta vem sendo discutida desde o ano passado. “No ano passado, o ator Jorge Paz me procurou e me falou da admiração que tem pela história do pai e que o seu sonho era viver o pai no cinema. E, a partir daí, a gente começou a conversar sobre isso. Tanto eu quanto Elenira [outra filha de Chico], a gente foi dando o tom do que a gente achava importante”, compartilhou Angela.
Durante os diálogos, Angela ressaltou o trabalho de Sérgio de Carvalho. “O que a gente sempre fez questão de frisar é que mesmo que fosse uma produção nacional, é importante para nós que tenha protagonismo local, dos artistas e profissionais”.
O filme, ainda sem título divulgado, mas promete retratar a trajetória de Chico Mendes, que se tornou um símbolo na luta pela preservação da Floresta Amazônica e dos direitos dos trabalhadores rurais e extrativistas. O movimento que liderou com outros companheiros e companheiras, na década de 80, resultou na criação das reservas extrativistas no Brasil, entre outras conquistas.
Seu assassinato, em 1980, por um fazendeiro, com ajuda do filho e um capanga, causou comoção nacional e internacional.
Apesar de ser um personagem bastante conhecido, essa é a primeira vez que a história de Chico Mendes será contada em um longa-metragem de ficção. Entretanto, ele já foi retratado em vários documentários, como o francês “Chico Mendes, O Preço da Floresta” (1991), o britânico “Chico Mendes – Eu Quero Viver” (2001) e o nacional “Amazônia: O Despertar da Florestania”, que aborda a luta de Chico Mendes e outros líderes ambientais e sociais da região.
A produção ainda não tem data para começar, mas, as expectativa são as melhores. “Eu tenho a impressão ade que vai ser uma obra à altura da importância, trajetória e da vida do meu pai”, endossou Angela.