Nos últimos anos, o número de pessoas que buscam por atendimento de saúde mental aumentou consideravelmente no Brasil. De acordo com a Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conasem), o país enfrenta uma segunda pandemia, desta vez na Saúde Mental. Em Rio Branco, capital do Acre, a situação não é diferente.
De acordo com o professor e psicólogo João Auricélio Sousa da Silva, na capital acreana, as pessoas esperam até dois anos para conseguir um atendimento psicológico na rede pública.
“A População necessita de terapia, de cuidados com a saúde mental, mas o atendimento público é precário. Conversando com uma psicóloga de um ambiente público, que eu queria encaminhar um paciente, ela disse que é em torno de dois anos aguardando pelo serviço público”, alertou.
João, que é coordenador do Núcleo de Apoio Psicopedagógico e de Inclusão (NAPPI), proprietário da Clínica Fortalecer e professor Orientador do Curso de psicologia da UVERSE, participou, nesta quinta-feira, 18, da tribuna popular da Câmara de Vereadores de Rio Branco, para falar sobre o Dia Nacional de Luta Antimanicomial e chamar atenção do poder público para a necessidade de políticas públicas de promoção da saúde mental.
“A solução para Rio Branco hoje seria a implantação de um local específico para o tratamento de saúde mental, com atendimentos psicológicos, com no mínimo em torno de 50 psicólogos para poder dar conta dessa demanda reprimida”, destacou João.
A demanda em Rio Branco em busca de atendimento psicológico tem sido tão alta que, segundo João Auricélio, o Município encaminha pacientes para serem atendidos na Clínica Escola – projeto que coordena junto a estudantes do curso de psicologia.
“O serviço é gratuito, feito por acadêmicos em formação, finalistas do curso de psicologia, no qual os profissionais do SUS [Sistema Único de Saúde] entram em contato conosco para que o paciente do SUS faça uso desse atendimento gratuito. Tem paciente que chega lá que eu não permito que o acadêmico atenda, porque eles ainda não têm maturidade para lidar com questões tão graves”, afirmou João.
O requerimento para a tribuna popular da Câmara de Vereadores de Rio Branco, que também contou com a presença da presidente da Cooperativa Social de Saúde Mental, usuária da RAPS Militante da Luta Antimanicomial e estudante de Artes Visuais, Yara Bardales, foi feito pela vereadora Lene Petecão (PSD).