O servidor público Carlos Venicius Ribeiro usou suas redes sociais para denunciar uma suposta discriminação que seu neto de 4 anos de idade, uma criança com autismo, teria sofrido em uma sorveteria e pizzaria de Rio Branco, situada na AC-40, no Segundo Distrito. De acordo com o avô, o caso teria ocorrido no último sábado, 7.
“Eu e minha família estávamos comemorando o aniversário de um neto, na Sorveteria Boneco de Neve. Naquela oportunidade, um outro neto, de apenas 4 anos de idade e portador de autismo, foi impedido de ingressar em um dos espaços de diversão para as crianças, sob o argumento de que ultrapassava alguns centímetros do limite de altura estabelecido. Devido às limitações causadas pelo transtorno, meu neto teve dificuldade de compreender o porquê de não poder utilizar o espaço, momento em que me dirigi a uma funcionária do local e pedi para entrar com a criança rapidamente, para tentar fazer com que ela [a criança] entendesse a proibição. De forma rude e desproporcional, o portão foi fechado, impedindo o acesso de meu neto ao local, apesar do choro copioso do mesmo”, disse Carlos, em sua publicação.
De acordo com o servidor público, que acusa o estabelecimento de discriminação, a situação gerou sofrimento à família. “A insensibilidade, aliada à ausência de preparo dos que dirigem o local, levaram a uma situação de dor extrema a mim e a toda minha família. Mesmo após procurar a gerência e propor a entrada de um adulto com o menor, já que a negativa tinha como fundamento que ele poderia machucar outras crianças, apesar delas serem mais ou menos da mesma altura, a negativa permaneceu, tendo a proprietária do local afirmado, em tom ameaçador, que é advogada e poderíamos buscar a justiça”, afirmou.
Já o estabelecimento em questão nega a acusação. Em nota divulgada também pelas redes sociais, os administradores alegam que a proibição do acesso ao local foi devido à criança ultrapassar a tolerância de altura estabelecida.
“Venho esclarecer que está vinculado, em rede social, um vídeo em que duas pessoas despreparadas, sem entedimento de legislação, expõem uma criança, que segundo informações, é neto deste casal, alegando que foram humilhados e discriminados, porque a criança passou do limite de tolerância de altura e, por esta razão, eles condicionaram que a empresa estava com atitude discriminatória em face da criança que, diante do comportamento dos avós, começou a chorar”, diz um trecho da nota.
Ainda segundo a sorveteria, uma servidora da empresa teria pego a criança no colo e levado para brincar em um parquinho adequado para o seu tamanho. “Iremos tomar as providências cabíveis para pedido de retratação e danos morais em face desse casal, que utilizou de sua ausência de conhecimento legal para denegrir a imagem da empresa com inverdades”, diz a nota.
Em contrapartida, o servidor público e avô Carlos Venicius alega que a família também vai acionar a Justiça. “O que posso dizer aos proprietários é que nos encontraremos na Justiça, pois também vamos acioná-los. Aliás, a única intervenção da pessoa, que se apresentou como proprietária do local, disse que podíamos acioná-los judicialmente, pois a empresa tinha advogados, inclusive, ela própria, em tom intimidatório”.