A preservação da floresta amazônica é um tema importante e que desperta interesse não apenas no Brasil, mas também internacional. As mudanças climáticas também vêm suscitando debates no mundo inteiro. Pensando nisso, uma equipe de estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac) e do Instituto Federal do Acre (Ifac) está desenvolvendo um satélite para monitorar as liberações de Metano Entérico na Amazônia. Trata-se do principal gás de efeito estufa que é gerado na pecuária.
A equipe Aquirisat é a única da Região Norte que participa da 2ª Olimpíada Brasileira de Satélites (OBSAT), promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O grupo é composto pelos estudantes de Engenharia Elétrica da Ufac, Franceline Amorim, Arthur Albuquerque e Pedro Vítor, com a tutoria do professor Roger Larico Chávez e do engenheiro Renan Santos. Franceline é egressa do ensino médio integrado ao técnico em Edificações e está concluindo o técnico subsequente em Segurança do Trabalho no Campus Rio Branco do Ifac.
O projeto em desenvolvimento pela equipe da qual Franceline faz parte é o ASMA-01, sigla para “Acre Satellite for Methane analysis in the Amazon”. O projeto é dividido em quatro fases sendo elas de treinamento com palestras para conhecimento da área aeroespacial, idealização do satélite, construção e programação do satélite e, finalmente, o lançamento regional e nacional do satélite.
Trajetória acadêmica – “O Ifac nos dá muito suporte para a participação em eventos e é, notoriamente, a instituição com mais alunos participantes de olimpíadas científicas, incluindo colégios particulares, tendo em vista os resultados das classificações das competições que participei nos últimos anos”, afirmou a estudante do Ifac, Franceline Amorim.
Apresentação da equipe na Jornada de foguetes, no Rio de Janeiro / Acervo pessoal
A discente relata que no ensino médio foi identificada com altas habilidades na literatura e a partir disso, começou a se envolver em várias atividades extraclasse. Em sua trajetória no Ifac Campus Rio Branco, ela participou de diversos outros projetos e competições a nível estadual e nacional.
Em 2020 e 2021, Franceline participou da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). Depois disso, ela conta que se interessou mais pelas olimpíadas científicas e, durante a pandemia, teve conhecimento sobre a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG).
“Participei três vezes da OBA e conquistei uma medalha de prata, e duas de ouro e fui convidada três vezes pela comissão a participar das seletivas para as equipes internacionais, processo que tem cerca de três meses de duração, com provas sobre astronomia e astrofísica. Passei no processo seletivo somente na minha última participação, mas não dei continuidade pois já estava ingressando na faculdade. Da MOBFOG, participei em 2021 e 2022, juntamente com uma equipe do ensino médio e técnico. Ganhamos três medalhas no primeiro ano e, em 2022, ganhamos dois ouros nas modalidades real e sólido, com participação na Jornada de foguetes em Barra do Piraí – RJ.”
Ainda no Ifac, Franceline participou do projeto Circuito de Ciências, da professora Alcilene Balica, no qual atuou como bolsista e no Planetário Móvel, coordenado pelo professor Cleyton Assis, que também orientou as equipes na OBA e MOBFOG.
De acordo com a estudante, “Com esse histórico, ao saber da olimpíada de satélites tive muita vontade e curiosidade de participar, pois sei o quanto as olimpíadas científicas agregam na formação acadêmica e cidadã. A proposta da OBSAT é inovadora e existem inúmeras possibilidades de estudos e aplicações, não somente nas engenharias. É interessante pensar em quantas dessas possibilidades podem surgir aqui na nossa região, lugar que infelizmente ainda não há a forte presença dessas competições, haja vista a pouca participação dos nossos estudantes quando comparada às demais regiões do País.”
Apresentação do ASMA-01 – Nesta segunda-feira, 15, Franceline esteve na reitoria do Ifac acompanhada do diretor geral do Campus Rio Branco, Paulo Roberto de Souza, para apresentar o projeto do nanossatélite para a reitora Rosana C. dos Santos e o diretor de Assistência Estudantil, Edu Gomes.
A reitora parabenizou a estudante e toda a equipe envolvida no projeto. Ela afirmou que “Franceline é uma aluna muito dedicada, participou de muitos projetos no Ifac e, agora está neste projeto de muita importância sobre a questão ambiental. Ela nos procurou e nos comprometemos a apoiar a iniciativa, especialmente na fase de lançamento. Ficamos orgulhosos porque, além de ser uma estudante nossa e da Ufac, ela também integra a única equipe da região norte na competição.”