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Fotógrafo acreano está entre finalistas do prêmio de jornalismo mais importante do mundo

O fotojornalista acreano Alexandre Noronha está no grupo de jornalistas que se classificou para a final do Prêmio Pulitzer de Jornalismo, o maior prêmio do jornalismo mundial.

A série de reportagens The Amazon Undone, escrita e planejada por Terrence McCoy, foi publicada no jornal The Washington Post, em 2022, e conta com fotos do acreano.

“Minha participação foi no último capítulo da série, que trata do que o resto do mundo não fazia ideia: existe seca na Amazônia. Sou amazônida, do Acre. Enquanto o mundo todo fala de mudanças climáticas e eventos extremos, aqui a gente vive no nosso dia a dia. Trabalhei na pauta por seis meses, acompanhando desde abril, perto do final das chuvas, quando o Rio Acre está cheio, até setembro, o mês mais seco do ano. Coincidentemente, foi a maior seca registrada na história”.

A série de reportagens aborda temas sobre a Amazônia, como a reconstrução da morte de Dom e Bruno, sobre o arco do desmatamento, mudanças climáticas e outros.
No capítulo ‘A Morte da Floresta’, Noronha e McCoy contam, entre outros assuntos, a história de Dona Antônia, uma idosa em situação de pobreza que mora com a neta, que estava grávida na época dos registros, e o marido.
“Acompanhamos por seis meses a saga dessa senhora que, nos períodos de chuva, consegue água de um pequeno açude próximo a sua casa, mas que, em setembro, não tinha mais do que lama no fundo. A única forma de conseguir água, nos períodos secos do ano, é por meio de um programa da prefeitura, que enche caixas d’água comunitárias num espaço de três em três dias”.
A série de reportagens já ganhou o George Polk Award, uma premiação da Universidade de Long Island, além do prêmio Robert Spiers Benjamin, da Overseas Press Club.

Do Acre para o mundo

Fotojornalista há 14 anos, o acreano coleciona vários prêmios. (Foto: Arquivo pessoal)

Fotojornalista há 14 anos, o acreano coleciona prêmios, como Vladimir Herzog (finalista), Prêmio de Jornalismo do Ministério Público, prêmio internacional de fotografia documental, dentre outros. Porém, estar entre os melhores do mundo foi uma surpresa.

“Primeiro, uma surpresa e uma satisfação gigantesca. Sonhava em chegar nesse patamar algum dia, mas veio mais rápido do que pensei”, disse.

Noronha também já trabalhou como colaborador para veículos de comunicação como Folha de São Paulo, El País, Amazônia Real, The Washington Post (EUA), Der Spiegel (Alemanha), Samaúma, Mongabay (EUA), Greenpeace.

‘A Morte da Floresta’

Para acessar o capítulo da reportagem que Noronha contribuiu acesse: https://www.washingtonpost.com/world/interactive/2022/amazon-brazil-tipping-point/?itid=mc_magnet-amazon-undone_inline_collection_2&itid=lk_inline_manual_7

 

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Bruna Mello: