Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Gladson Cameli defende prioridades regionais no Fórum Nacional de Governadores

Gladson Cameli defende prioridades regionais no Fórum Nacional de Governadores

Governador Gladson Cameli participa de debates no Fórum de Governadores, em Brasília. Foto: Pedro Devani/Secom

A reforma tributária atualmente em discussão não poderá prejudicar os estados e precisa garantir atenção especial à região Norte do país, a exemplo do Acre. A defesa é do governador Gladson Cameli, que participou, nesta quarta-feira, 24, da XIV Reunião do Fórum Nacional de Governadores, realizada nesta quarta-feira, 24, em Brasília. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária foi um dos temas em debate.

“É preciso mais atenção para os estados da região Amazônica, onde temos grandes desafios e precisamos fazer investimentos em áreas como transporte, infraestrutura, saúde, educação e segurança pública, inclusive levando em conta as nossas fronteiras”, lembrou o governador, que ressaltou importância dos debates neste sentido. Trata-se, disse, “do futuro do país e das pessoas”.

Um dos pontos que mais preocupa os governadores diz respeito ao Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) que, conforme a proposta de reforma tributária em debate, deverá substituir os incentivos fiscais hoje existentes. Eles querem saber, por exemplo, como será a arrecadação e a distribuição dos recursos, além de questionarem a possibilidade da centralização dos recursos por parte da União.

Governadores principalmente do Nordeste e do Norte do País, como Gladson Cameli, defendem o fortalecimento do fundo, mas sem prejuízos aos estados. Conforme o secretário de Fazenda do Acre, José Amarísio Freitas – que também participou do Fórum e de debates que antecederam o evento – esses governos deverão apresentar proposta defendendo a fixação, pelo FDR, de índices maiores de compensação de incentivos fiscais para os Estados dessas regiões.

A preocupação, explicou o secretário, é que essa compensação leve em conta os atuais índices de incentivo fiscal de cada estado, o que prejudicaria os do Norte e do Nordeste, onde esses índices são menores. Conforme levantamento apresentado pelo secretário, tomando por base os incentivos fiscais recebidos atualmente, o Acre ficaria com apenas 0.1% do total de recursos a serem repassados via fundo para os Estados e o Distrito Federal.

“Até então o Fundo de Desenvolvimento Regional não cumpre com eficiência o seu propósito de combater as diferenças regionais e os Estados dessas regiões são os que mais precisam de apoio. Caso contrário, a reforma tributária manterá essas diferenças, com prejuízos para os Estados dessas regiões”, afirmou Amarísio Freitas.

Arrecadação

Outro tema debatido no Fórum foi a arrecadação financeira dos Estados e do Distrito Federal. Conforme o secretário Amarísio, os estados, como o Acre, não aceitam mais perdas de receitas, especialmente tendo em vista as perdas de arrecadação de ICMS com as medidas tomadas no governo passado, com a redução de alíquotas do ICMS dos combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.

“No ano passado tivemos a redução da alíquota modal, o Estado tinha uma alíquota de 25% e a gente baixou para 17%, gerando uma perda de  8% de arrecadação. Com isso, só de junho a dezembro,  o Estado deixou de arrecadar, nesses itens, em torno de R$ 208 milhões”, exemplificou.

Construção conjunta

 

Gladson Cameli defende prioridades regionais no Fórum Nacional de Governadores
“É preciso mais atenção para os estados da região Amazônica, onde temos grandes desafios e precisamos fazer investimentos em áreas como transporte, infraestrutura, saúde, educação e segurança pública, inclusive levando em conta as nossas fronteiras”, disse Gladson. Foto: Pedro Devani/Secom

Os governadores receberam garantias de construção conjunta da reforma tributária por parte de diversos interlocutores como o secretário extraordinário da Reforma Tributária, do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, e do relator da proposta na Câmara Federal, deputado Aguinaldo Ribeiro.

A pauta do Fórum também debateu o piso salarial dos profissionais da enfermagem e o estatuto social do próprio Fórum.

Sair da versão mobile